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Eneva incorpora negócios em energia térmica do BTG

A Eneva informou também que engajou bancos para uma oferta pública primária de ações que poderá somar até 4,2 bilhões de reais

por Reuters
3 min leitura
Eneva

A Eneva (ENEV3) anunciou nesta terça-feira que assinou acordos para uma incorporação de ativos do seu acionista BTG Pactual (BPAC11), em operação que adicionará ao portfólio da companhia usinas termelétricas operacionais e para desenvolvimento e que torna a Eneva a plataforma do banco para atuar em geração de energia e gás natural.

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Junto do anúncio, a Eneva informou também que engajou bancos para uma oferta pública subsequente de novas ações ordinárias (“follow on”) que poderá somar até 4,2 bilhões de reais. As ações serão emitidas ao preço de 14 reais cada e os recursos serão utilizados para implementar seu plano de negócios e otimizar estrutura de capital.

Os acionistas da companhia, como o BTG (23,3%), Cambuhy Investimentos (20%) e Partners Alpha (15%), terão direito de prioridade para subscrever até a totalidade das novas ações no potencial “follow on”.

O negócio anunciado nesta terça-feira envolve quatro usinas termelétricas pertencentes ao BTG e fundos do banco: Tevisa, Povoação, Gera Maranhão e Linhares. Esses ativos, contratados em leilões do governo, têm receita fixa e sem obrigações significativas de Capex (investimento).

A Eneva disse ver oportunidade para recontratação de 148 megawatts (MW) de capacidade de algumas dessas termelétricas com contratos que vencem em dezembro de 2025. São empreendimentos que estão conectados à malha e podem usufruir da estrutura existente do “hub Sergipe”, empreendimento de gás da Eneva, para suprimento de combustível.

Além disso, a Eneva, que já é uma das maiores geradoras termelétricas do Brasil, incorporou um pipeline de projetos de até 3,3 gigawatts (GW) distribuídos em três Estados, com possibilidade de acesso a terminais de gás natural liquefeito (GNL).

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A geradora de energia afirmou também em comunicado que os acordos com o BTG possibilitam “sinergias societárias, financeiras, operacionais e administrativas”, e afirmou que a potencial oferta de ações otimizará sua estrutura de capital e fortalecerá seu balanço patrimonial, com redução substancial da alavancagem.

A alavancagem da Eneva alcançou 4,1 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda ao final do primeiro trimestre deste ano, em meio a esforços da companhia para diminuir seu endividamento, como a busca de sócios ou desinvestimento de ativos de geração renovável.

Com capital pulverizado na bolsa, a Eneva é uma das maiores investidoras do setor de gás natural no país, com negócios tanto na exploração de gás “onshore”, nas bacias do Parnaíba, Amazonas, Solimões e Paraná, quanto em geração termelétrica movida ao combustível fóssil. Ao todo, suas usinas somam mais de 6 GW de capacidade instalada.

Entre os focos de crescimento para o futuro, a companhia mira novos projetos “greenfield” (construídos do zero) e “brownfield” (já operacionais) para disputar leilões regulados de energia, investimentos em exploração e produção (E&P) e investimentos no mercado de gás não conectado à malha (“off-grid”), com a oferta de soluções para clientes industriais e para o mercado de transporte rodoviário.

A companhia já vinha perseguindo grandes oportunidades de crescimento por meio de aquisições, tendo avaliado o conjunto de usinas termelétricas da Eletrobras que acabou sendo comprado pela Âmbar Energia, empresa da J&F, holding dos empresários Joesley e Wesley Batista.

O BTG, por sua vez, também chegou a estudar a compra das usinas da Eletrobras e já buscava alternativas para o futuro de suas termelétricas, tendo no passado proposto que elas fossem incorporadas na fusão entre Vibra e Eneva.

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