A Eneva (ENEV3) obteve um lucro líquido de 372 milhões de reais no segundo trimestre, cifra 153% maior que a registrada em igual período de 2022, com as ações de diversificação dos negócios compensando um cenário de baixo despacho térmico.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) da companhia de energia alcançou recorde de 1,2 bilhão de reais, aumento de 144% na comparação anual, enquanto a receita operacional líquida atingiu 2,5 bilhões de reais, alta de 87,1%.
O avanço dos resultados foi impulsionado, segundo a Eneva, principalmente pelas maiores exportações de energia elétrica para Argentina e Uruguai, que geraram Ebitda de 198 milhões de reais entre abril e junho, contra 114 milhões de reais um ano antes.
Dos cerca de 1,5 mil gigawatts-hora (GWh) de geração líquida das usinas da Eneva no trimestre, quase 840 GWh foram destinados à exportação aos países vizinhos, disse a Eneva.
Em entrevista à Reuters no início do mês, o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Marcelo Habibe, disse ver mais janelas para exportação de energia até o final do ano.
Ele ponderou, no entanto, que algumas incertezas, principalmente relacionadas ao clima, podem fazer com que as hidrelétricas se tornem mais competitivas do que suas térmicas na exportação de energia.
Também contribuíram para elevar os resultados trimestrais os desempenhos das termelétricas recém-adquiridas pela empresa, a Celse (SE) e a Termofortaleza (CE).
Com relação a investimentos, a Eneva realizou aportes de 683 milhões de reais entre abril e junho, dos quais 61% foram destinados a projetos em construção, como o Complexo Azulão 950, a UTE Parnaíba VI e as plantas de liquefação de gás no Maranhão.
A companhia também ressaltou sua trajetória de desalavancagem, com a relação dívida líquida sobre Ebitda alcançando 4,26 vezes ao final do segundo trimestre, uma queda de aproximadamente 0,5 vez nos seis primeiros meses do ano.