Home Finanças Pessoais Quer enriquecer? Pense primeiro em proteção e depois em multiplicação

Quer enriquecer? Pense primeiro em proteção e depois em multiplicação

por Conrado Navarro
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Gosto de compartilhar as dúvidas de leitores e as conversas que tenho com as pessoas. Delas surgem assuntos que julgo serem fundamentais para uma vida financeira mais inteligente. Além do aprendizado, são casos da vida real.

Há alguns dias, estive conversando com um amigo. Ele me disse que está prestes a receber uma quantia em dinheiro de aproximadamente 100 mil reais, proveniente de uma herança.

Também mencionou já possuir um apartamento no valor de R$ 300 mil, mas ainda com a dívida do financiamento. As parcelas são de aproximadamente R$ 2.500,00 e ainda faltam 5 anos para a quitação completa.

Ele conhece pouco do mercado financeiro. Queria saber como dobrar esse valor de R$ 100 mil em um ano, mencionando alguns “investimentos” que estava pesquisando na internet. Estes “investimentos” prometiam possibilidades de ele alcançar seu objetivo.

Fiquei preocupado, pois ele estava empolgado demais. Havia criado uma expectativa alta em torno do rendimento anual de 100%, que ele mesmo havia estabelecido como meta. Dobrar o capital em um ano? Calma, muita calma nessa hora!

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Cuidado: sempre há alguém para oferecer aquilo que você deseja

Essa é uma frase que costumo dizer e que encontra eco em discursos de diversos especialistas. A ganância, somada à falta de informação, pode colocar uma pessoa na rota da falência absoluta. Digo isso porque a internet é poderosa para multiplicar as coisas, inclusive o charlatanismo.

Uma pessoa sem educação financeira, que deseja ganhar muito dinheiro em um curto espaço de tempo, sempre encontrará outra pessoa disposta a vender para ela a “fórmula do sucesso” da vez. E de fato alguém poderá ficar rico nessa história, mas não será o cliente.

Precisei começar falando francamente com meu amigo. Disse que sus chances de conseguir dobrar seu capital em um ano, com o conhecimento que ele tinha, eram muito pequenas. Também disse que ele jamais deveria utilizar algum “sistema promissor” sem conhecer a fundo como aquilo funcionava.

O grande aprendizado aqui é primeiro proteger aquilo que conquistamos, para só então partir para novas conquistas. Ele estava arriscando demais, e o pior, nem tinha muita noção sobre isso.

Em seguida, passamos a avaliar as opções realistas para melhorar o patrimônio dele, considerando um cenário amplo e também a visão dele de curto, médio e longo prazo em relação aos seus objetivos de vida.

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Tenha uma visão ampla da sua vida financeira

Em situações como esta, precisamos analisar vários aspectos de nossa vida financeira. Só então conseguiremos concluir o que é melhor ou pior em relação ao uso de um recurso extra. E estes R$ 100 mil da herança de meu amigo é um bom recurso extra.

Não há uma regra, pois cada pessoa tem uma situação financeira diferente e uma visão de presente e futuro que também muda muito. Por isso é tão importante aprendermos a gerenciar nosso próprio dinheiro. Ninguém melhor do que nós mesmos para decidir o que fazer com ele.

Meu amigo tinha uma dívida do financiamento do apartamento e não possuía habilidades imediatas para multiplicar o dinheiro e gerenciar os riscos de forma inteligente. Concluímos juntos que o melhor caminho para ele seria buscar a quitação do financiamento.

Ele já havia negociado a possibilidade de quitação junto à financeira. Ao apresentar o valor para mim, percebemos que o pagamento à vista do saldo devedor faria com que ele deixasse de pagar mais de R$ 50 mil em juros. Além disso, teria a economia mensal de R$ 2.500,00 das prestações, que logo se transformaria em potencial de investimento.

Agora ele poderia utilizar esses R$ 2.500,00 para investir, mês a mês, em algum produto do mercado financeiro que fosse seguro, como o Tesouro SELIC. Em paralelo, ele iniciaria um projeto de empreender no ramo automotivo, por já ter alguma experiência (esse era um dos seus objetivos de médio e longo prazo).

Em nossa conversa, ele também concluiu que mora com a família em um apartamento maior do que ele realmente precisa. Então começou a pensar na possibilidade de vendê-lo para comprar outro menor, ou construir uma casa também menor.

Com a diferença obtida neste negócio de venda/compra, o plano era voltar a ter R$ 100 mil à sua disposição (liquidez). Assim poderia alavancar o negócio automotivo no momento certo e também ter um fundo de reserva, caso fosse dispensado de seu atual emprego.

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Conclusão

Com a análise mais completa da sua vida financeira, composição familiar e seus objetivos ao longo dos anos, meu amigo conseguirá utilizar os R$ 100 mil para primeiro proteger seu patrimônio atual (quitar o apartamento e eliminar dívidas). Depois poderá fazê-lo crescer (investindo os R$ 2.500,00 das antigas prestações e iniciando seu projeto empreendedor).

Para ele, tudo isso fez muito sentido, mas para você os caminhos podem ser diferentes. O importante é ter cuidado com as ciladas e promessas de dinheiro fácil/rápido. De igual forma é preciso desenvolver uma visão mais ampla das coisas, traçando seus objetivos de vida com mais cuidado e atenção.

Desta forma você será capaz de utilizar o dinheiro como um instrumento de melhoria da qualidade de vida. E isso não apenas para você, mas também para as pessoas que você ama. Faz sentido? O que acha dessa história real? Um abraço e até a próxima!

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