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Entenda a primeira crise da “era Abel” no Palmeiras

Embora as chances de título nacional continuem altas, existe um cenário de questionamentos ao trabalho do treinador português, mas restrito às redes sociais

por Estadão Conteúdo
3 min leitura
Técnico do Palmeiras Abel Ferreira

O Palmeiras foi aplaudido por parte da torcida no Allianz Parque, nesta quarta-feira, ao empatar por 2 a 2 com o Botafogo e ser eliminado nas oitavas de final da Libertadores, após de perder o jogo de ida por 2 a 1.

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Os aplausos vieram como reconhecimento do esforço dos jogadores para reagir, pois perdiam por 2 a 0 e chegaram até a virar o placar, mas o terceiro gol foi anulado por causa de um toque de mão de Gustavo Gómez.

Apesar das palmas, o resultado coloca o clube alviverde em situação de pressão e desenha a primeira grande crise na “Era Abel Ferreira”.

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Campeão brasileiro nas duas últimas temporadas, o time de Abel vivia a expectativa de voltar a brigar por títulos de Copas, mas, eliminado da Libertadores e da Copa do Brasil ainda nas oitavas de final, para Botafogo e Flamengo, respectivamente, vai ter que se dedicar à busca do tricampeonato nacional. No plano orçamentário do clube, previa-se chegar ao menos às quartas de final dos torneios de mata-mata.

O ano não é um completo desastre para o clube, mas há sinais de desgaste. Ao longo da temporada, o Palmeiras teve de lidar com algumas situações desconfortáveis envolvendo ídolos.

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Em maio, Abel Ferreira foi acionado na Fifa pelo Al-Sadd, do Catar, pelo não cumprimento de um pré-contrato que teria assinado com os dirigentes locais. Respaldado pela diretoria, o português tocou apenas uma vez no assunto, durante coletiva.

“Hoje eu continuo aqui. Se tudo correr normalmente, até 2025, que é até onde eu tenho contrato. Sobre esse assunto, eu não falo mais. Essa é a única verdade e a única certeza”, afirmou na época.

A situação trouxe algum desconforto, mas nada comparado à avalanche causada pela negociação entre Dudu, um dos maiores ídolos alviverdes, e o Cruzeiro, que chegou até a anunciar um acordo.

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Diante da repercussão negativa entre a torcida palmeirense, o atacante voltou atrás após conversas com amigos e líderes da organizada Mancha Alviverde. Antes do desfecho, a presidente Leila Pereira chegou a dizer que o ciclo do atleta no clube estava encerrado, mas a resolução foi pela permanência, apesar da quebra de confiança.

Tudo isso ocorreu no momento em que finalmente o atacante estava recuperado das lesões que o deixaram quase um ano sem jogar.

O retorno era considerado um reforço para o time, especialmente após a saída de Endrick, mas o cenário trouxe desconfiança, e ele ainda não voltou a apresentar o futebol que o consagrou, além de ter se lesionado, em grau mais leve.

Fora a volta de Dudu, o Palmeiras tinha expectativas altas com a chegada de Felipe Anderson, grande contratação da última janela de transferências e que ainda não rendeu o esperado.

Em meio a tal cenário, sem conseguir exibir o mesmo futebol que já apresentou em outras ocasiões, o time foi eliminado da Libertadores pela primeira vez antes das quartas de final.

Acumulador de títulos no Palmeiras, o português, quando não ganhou a o torneio continental, conseguiu levantar outros canecos: Copa do Brasil (2020), Paulistão (2022, 2023 e 2024), Recopa Sul-Americana (2022), Campeonato Brasileiro (2022 e 2023) e Supercopa do Brasil (2023).

Mesmo assim, voltar a vencer a Libertadores é uma obsessão da torcida, que se acostumou a chegar às fases decisivas.

Os dois primeiros anos de Abel no Palmeiras foram de grande sucesso na competição, já que conseguiu o bicampeonato com vitórias por 1 a 0 na final de 2020, contra o rival Santos, e por 2 a 1 sobre o Flamengo na decisão de 2021.

Nos anos seguintes, o desempenho na competição entrou em espiral de queda. Primeiro, veio a eliminação nas semifinais de 2022, diante do Athletico-PR, com derrota por 1 a 0 em Curitiba e empate por 2 a 2 no Allianz Parque.

Em 2023, a queda foi mais precoce, ainda nas quartas de final, fase em que os palmeirenses foram eliminados pelo Boca Juniors com derrota por 4 a 2 nos pênaltis após empates por 1 a 1 em São Paulo e 0 a 0 na Argentina.

Trabalho de Abel é respaldado pela Diretoria

Embora as chances de título nacional continuem altas, existe um cenário de questionamentos ao trabalho do treinador português, mas restrito às redes sociais.

O tom adotado pela presidente Leila Pereira após a eliminação para o Botafogo, entretanto, foi de confiança no trabalho, que não deve ser interrompido com foco na disputa do novo Mundial de Clubes, entre junho e julho de 2025.

“Nós reconhecemos que foi um jogo difícil. Fomos eliminados por um dos melhores times brasileiros. Nós tínhamos que ter feito um gol no primeiro tempo, aí a coisa ficaria mais encaminhada. Não conseguimos, e a gente tem que se conscientizar que o trabalho continua sendo feito, de forma muito profissional, com muito esforços. Vamos continua nessa mesma linha e vamos lutar pelo tricampeonato brasileiro”, afirmou a dirigente.

Além das eliminações, o Palmeiras viveu, neste ano, sua pior sequência de jogos sob o comando de Abel.

Antes da vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo, no jogo que eliminou os palmeirenses da Copa do Brasil – já que foram derrotados por 2 a 0 na primeira partida -, a equipe vivia uma série de quatro jogos sem vencer, o que só aconteceu uma vez sob o comando de Abel, em 2021.

Brigar pelo terceiro título seguido do Brasileirão está dentro da atual realidade palmeirense. O time está na terceira colocação, com 41 pontos contra 45 do vice-líder Fortaleza e 46 do líder do Botafogo.

O próximo compromisso no campeonato é contra o Cuiabá, às 18h30 de sábado, em mais uma partida no Allianz Parque.

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