Peças de desinformação estão repercutindo de maneira deturpada o processo de revisão de gastos que está sendo implementado pelo Governo Federal, apresentado na última quarta-feira (28/8) por representantes da equipe econômica.
Os conteúdos maliciosos estão repercutindo um corte na aposentadoria e nos benefícios do Bolsa Família que não procedem.
As medidas são focadas naqueles benefícios concedidos a pessoas que não têm direito a estes pagamentos do governo. Quem de fato precisar dos benefícios, não será alvo de controle.
O sensacionalismo dessa campanha desinformativa é tal que insinuam cortes nas aposentadorias por tempo de contribuição, as quais sequer são abordadas por essa revisão de gastos.
Durante a apresentação. o secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), Sergio Firpo, explicou que todo esse processo de revisão de gastos está sendo regido pelo princípio de “dar direito a quem tem direito”.
Portanto, não cessará o pagamento de benefícios de programas sociais, mas sim promoverá a reavaliação das políticas, de forma a corrigir distorções e garantir pagamentos aos brasileiros que efetivamente necessitam desse apoio. “Temos de deixar muito claro. Não há cessação de direito, de benefícios”, afirmou.
A revisão de gastos é um trabalho contínuo realizado pelo Governo Federal. Um exemplo é o trabalho que foi feito em 2023 na revisão do cadastro do Bolsa Família.
No ano passado, 3,3 milhões de famílias ou pessoas que recebiam indevidamente o programa, foram retirados, mas essa correção permitiu o atendimento de 2,9 milhões de novas famílias ou pessoas que estavam na fila de espera e tinham direito real ao benefício.
“A revisão de gastos é importante para reduzir a fila de benefícios, como Bolsa Família, e garantir o direito de quem realmente precisa”, detalhou o secretário de Monitoramento. Assim como no ano passado, os ajustes no programa Bolsa Família se darão sobre cadastros de pessoas não elegíveis ao programa.
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Quanto às medidas do Ministério da Previdência Social (MPS) e do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), nenhuma das ações implementadas pela pasta e pelo órgão afeta os pagamentos dos pensionistas por tempo de contribuição.
Iniciada em meados de julho, a revisão sobre os os benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) focou em 800 mil casos.
Em 45 dias de atividade, foram realizadas 258 mil perícias de revisão que resultaram em 133 mil cessações de benefícios (ou seja, o perito médico identificou que o beneficiário já estava apto a voltar a trabalhar), conforme apresentou o secretário de Regime Geral de Previdência Social do Ministério da Previdência Social (MPS), Adroaldo da Cunha Portal.
Direto assegurado para quem precisa
“Isso resultou em impacto, no mês de agosto. O INSS gastou no mês R$ 320 milhões a menos com o auxílio-doença”, informou Portal. Considerando que essa despesa foi descontinuada, a economia chegará a R$ 1,3 bilhão, ainda este ano.
De acordo com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, o INSS está reforçando os mecanismos de controle (inclusive com aquisição de ferramenta de inteligência artificial), que irão aprimorar a gestão previdenciária. “Concedendo o direito a quem tem direito e não concedendo ou revisando daqueles que não têm”, afirmou.
Do total da economia prevista, parcela de R$ 19,9 bilhões virá exclusivamente de ações de revisão de gastos e outra fatia, de R$ 6,1 bilhões, será obtida a partir de medidas de reprogramação/realocação.
Os maiores impactos das medidas de revisão serão obtidos a partir de revisões nas concessões do Benefício de Prestação Continuada (BPC), em R$ 6,4 bilhões, a partir de ações de reavaliação pericial e atualização do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
Outra parcela de R$ 7,3 bilhões virá do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a partir de análises criteriosas nas concessões de benefícios por meio do AtestMed e sobre medidas cautelares e administrativas.
O AtestMed é um sistema do INSS que permite a solicitação do benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) por meio de análise documental, sem a necessidade de passar pela perícia médica presencial.
A reavaliação dos benefícios por incapacidade, na esfera do Ministério da Previdência Social (MPS), contribuirá com outros R$ 3,2 bilhões de economia.