Lauro comenta: “Navarro, afinal, dinheiro compra ou não compra a tão desejada felicidade? Não faço essa pergunta de forma leviana, mas realmente buscando uma relação coerente entre essas duas coisas. O que você tem a dizer? Obrigado“.
Dinheiro traz ou não traz felicidade? Alguns completam dizendo: “não traz, mas manda comprar“. É sempre bom comentarmos sobre este assunto, pois apesar de parecer simples, essa relação na verdade causa muitos problemas, alguns deles sérios a ponto de arruinar a vida de indivíduos e famílias.
A felicidade financeira
Você já me viu comentar diversas vezes que o dinheiro é um instrumento, e que dependendo de como ele é utilizado, ele será bom ou ruim. Assim, quando uma pessoa deseja ficar rica, é importante que haja um propósito por trás disso, até porque há um preço a ser pago, e nem todos querem ou precisam pagá-lo.
Agora pergunto: o que realmente traz satisfação, equilíbrio e prazer em sua vida? Sua família? Seus amigos? Poderia também ser uma bela viagem, a sonhada casa própria ou uma propriedade nas montanhas (ou praia)? Para os mais jovens, um carro bacana? Quem sabe a possibilidade de viver por um ano em outro país ou apenas um agradável passeio de bicicleta com as pessoas que você ama.
Refletindo com base nestes exemplos, vemos que parte dessas experiências podem ser trocadas por dinheiro, mas outra parte não. A parte que conseguimos “comprar” define aquilo que chamamos de felicidade financeira.
O que deixa você feliz?
A felicidade financeira é diferente para cada pessoa. Ela está intimamente relacionada com seus sonhos, objetivos, valores, crenças e outra palavra que gosto muito: prioridades. Saber o que deixa você feliz vai ajudá-lo a definir os seus objetivos – e estes, por sua vez, mostrarão o que é valioso e o que é desnecessário.
Saber o que faz você feliz é importante para equilibrar renda e gastos, além de aprender a usar o seu dinheiro para realizar o que você mais deseja.
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A roda da motivação
Analise este interessante ciclo, que começa (e deve terminar) no equilíbrio:
Quando estamos equilibrados, estamos satisfeitos com o que temos e desejamos apenas manter as coisas como estão. De repente acontece um estímulo capaz de gerar uma necessidade ou desejo. Essa necessidade tira nossa tranquilidade e vai se transformando em uma urgência que precisa ser atendida.
Enquanto isso não acontece, ficamos em estado de tensão, desconfortáveis por não satisfazer aquela necessidade ou o desejo. Então começamos a tomar várias ações para acabar com essa tensão, manifestando nosso comportamento. Por fim, satisfazemos nossa necessidade ou desejo e voltamos ao estado de equilíbrio.
A roda quebrada
O problema é que há situações onde não é possível satisfazer uma necessidade ou desejo, e aí a coisa se complica. Essa “barreira” gera uma tremenda frustração em algumas pessoas, que terminam manifestando comportamentos ruins, como pessimismo, baixa autoestima, má vontade, insegurança e até agressividade em casos mais extremos.
Com isso, buscam compensações que terminam se refletindo em gastos desnecessários ou totalmente desalinhados com seus reais objetivos e prioridades. O resultado disso não é a felicidade, mas sim a tristeza financeira. Infelizmente, há muitas pessoas que adotam este tipo de comportamento, e isso é uma das justificativas de muitos dizerem que “o dinheiro não traz felicidade“.
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Conclusão
É importante dedicarmos tempo para refletirmos calmamente sobre quais são nossos reais princípios e valores. Só assim teremos condições de traçar objetivos claros para nossa vida financeira, evitando que as diversas “distrações” do consumismo afetem nossas prioridades.
Precisamos estar blindados diante das “falsas necessidades” para, como eu sempre defendi, usarmos o dinheiro como um instrumento de qualidade de vida, tanto para nós quanto para as pessoas que amamos.
Foto “happy family”, Shutterstock.