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Especialistas defendem que Suíça precisa se preparar melhor para crises de grandes bancos

O grupo também recomendou que a Finma se aproxime mais dos executivos dos bancos antes que ocorra uma nova crise.

por Reuters
(Imagem: REUTERS/Denis Balibouse)

 Um grupo de especialistas defendeu que a Suíça precisa se preparar adequadamente para o surgimento de nova crise em um grande banco, após o colapso do Credit Suisse, mas o relatório preparado pelo grupo para o governo suíço descartou a necessidade de uma reforma radical que alguns citam como necessária.

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O UBS emergiu como o maior banco da Suíça no início deste ano, depois que o governo do país organizou e financiou parcialmente a aquisição do Credit Suisse pelo rival para evitar o colapso da instituição.

O fim de um dos maiores bancos do mundo e antigo símbolo da solidez financeira suíça surpreendeu as autoridades e os órgãos reguladores do país, que há muito tempo vinham fiscalizando o Credit Suisse em meio a uma série de escândalos no banco.

Na sexta-feira, um grupo de especialistas suíços, incluindo banqueiros e acadêmicos, defendeu que o governo precisa melhorar sua prontidão caso o UBS, que ficou muito maior após deglutir o Credit Suisse, tenha problemas.

O grupo pediu que o órgão regulador do país, a Finma, tenha mais poder para impor multas. Os especialistas também disseram que a Finma precisa de mais autoridade para intervir e que deve haver uma melhor coordenação entre as autoridades suíças.

O grupo também recomendou que a Finma se aproxime mais dos executivos dos bancos antes que ocorra uma nova crise.

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Os especialistas também sugeriram que deveria ser mais fácil para os bancos obterem financiamento do Banco Central, o que seria um afrouxamento de regras sobre garantias que podem ser oferecidas em troca.

A aquisição do Credit Suisse – o primeiro resgate de um banco global desde a crise financeira de 2008 – deixou o UBS livre de seu principal rival.

Isso muda o panorama do setor bancário na Suíça, onde as agências do Credit Suisse e do UBS estão espalhadas por toda parte, às vezes a poucos metros de distância.

Os bancos, dois dos mais relevantes do ponto de vista sistêmico para as finanças globais, detêm ativos combinados de até 140% do PIB da Suíça, em um país que depende fortemente das finanças para sua economia.

O colapso do Credit Suisse provocou um debate internacional sobre as reformas introduzidas após o último colapso financeiro para evitar que os bancos se tornassem muito grandes para serem liquidados – uma iniciativa que, desde então, tem fracassado.

Embora a Suíça tenha imposto perdas aos acionistas e a alguns investidores de títulos – um dos pilares das reformas no pós crise de 2008, elas recusaram a perspectiva de liquidar o Credit Suisse, optando por vender o banco a seu principal rival.

Alguns especialista veem falhas graves na atuação das autoridades suíças.

“Os autoridades de política monetária da Suíça não conseguiram supervisionar adequadamente o Credit Suisse durante a última década, o que levou ao colapso”, disse Beat Wittmann, presidente da Porta Advisors, uma empresa suíça de consultoria. “Infelizmente, até o momento, não há disposição política para aprender nenhuma lição”, disse ele.

Nicolas Veron, do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington, advertiu que a Suíça pode ser prejudicada se o UBS tiver problemas.

“O resgate do Credit Suisse não é um sucesso perfeito, mas também não é uma história de fracasso de política.”

“Os suíços tinham duas opções – a fusão, plano A, ou a liquidação, plano B, e a decisão foi de que um acordo seria melhor”, disse ele, acrescentando que não existe mais tal alternativa se o UBS apresentar problemas.

Durante o colapso financeiro global de 2008, foi o UBS, e não o Credit Suisse, que precisou de um resgate estatal.

Naquela época, o banco central suíço emprestou mais de 54 bilhões de dólares a um veículo que o UBS usou para se livrar de dívidas problemáticas, incluindo empréstimos subprime.

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