A mulher do Ministro da Educação, Camilo Santana (PT), Onélia Santana, teve seu nome aprovado nesta sexta-feira, 13, para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE).
Após ser sabatinada nesta quinta-feira, 12, pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o nome de Onélia recebeu parecer favorável na comissão e seguiu para apreciação final do plenário da Casa em sessão especial nesta sexta.
Com votação secreta e 41 parlamentares presentes, o placar ficou em 36 votos a 5 para que a psicopedagoga, doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC, ficasse com o cargo.
Onélia, que atualmente é secretária de Proteção Social do Ceará desde janeiro de 2023, vai integrar a corte pelos próximos 33 anos, até atingir a idade de aposentadoria compulsória, aos 75 anos.
O salário mensal dos conselheiros do TCE-CE é de R$ 39 717,69.
Embora haja um domínio da base do governador Elmano de Freitas (PT), aliado e sucessor do ministro da Educação Santana foi governador do Ceará entre 2015 e 2022, a sessão foi marcada por manifestações, sobretudo contrárias, à indicação.
O deputado estadual Sargento Reginauro (União) criticou a mídia estadual por, segundo ele, não dar foco ao assunto durante a sabatina da indicada.
“Soou mal, foi vexatória e desnecessária a indicação da esposa de Camilo Santana”, disse, se referindo às notícias que repercutiram nacionalmente, citando que ela é a quarta mulher de um ministro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em tribunais de contas pelo País.
Reginauro ainda questionou um critério técnico da indicação, sobre o regimento interno dizer que, para ser aprovada, a pessoa não pode ter respondido a nenhum processo criminal, afirmando que o “nada consta” apresentado pela secretária diz respeito ao momento atual, e não ao passado. Romeu Aldigueri (PDT) pediu a palavra afirmando que a questão foi esclarecida por Onélia durante a sabatina, referente a um inquérito extinto do qual a secretária foi absolvida.
O deputado Queiroz Filho (PDT) também se manifestou, corroborando o questionamento sobre o requisito processual.
O deputado ainda defendeu que a votação fosse aberta. Outro oposicionista, Carmelo Neto (PL) disse haver um “claro aparelhamento” no Estado por parte do ministro da Educação e que todos já sabiam qual seria o resultado da votação.
Os parlamentares também criticaram que a sabatina de Onélia no dia anterior não foi aberta para a imprensa.
(Com Estadão Conteúdo)