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Esqueça essa de “certo e errado”

Pare de pensar na "melhor" decisão e escolha agir de forma coerente com seus valores e princípios. Só isso basta!

por Conrado Navarro
3 min leitura
Certo ou Errado

Você já parou para pensar com que frequência precisa tomar decisões no seu dia a dia? Pense por um instante nas decisões que já tomou desde que acordou: qual roupa colocar? Esse ou aquele sapato? Que e-mails responder primeiro? Onde almoçar? Tenho certeza de que você encontrou inúmeras outras escolhas fazendo este rápido exercício.

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Legal, mas absolutamente normal. Óbvio. Escolhas são parte de nosso cotidiano de uma forma quase invisível, mas com consequências sempre importantes. O que quero discutir hoje é como, ainda que de forma inconsciente, tomamos certas decisões.

Escolher entre uma atividade ou outra, entre este ou aquele produto envolve muito mais do que apenas uma análise racional – você certamente concorda que certas decisões seriam óbvias se fôssemos capazes de usar apenas o raciocínio lógico. Interferências externas, emoções e os aspectos subjetivos das consequências influenciam nesse processo.

Onde você vai almoçar?

Repare como é comum, ao escolher um produto ou tomar uma atitude, avaliar a decisão sob a ótica do “certo e errado” ou do “melhor e pior”. Acompanhe minha opinião através de um exemplo cotidiano: decidir onde almoçar.

Escolher um restaurante com uma maior variedade de pratos e opções saudáveis soa como a decisão “certa” e, assim, é o “melhor” a fazer quando a fome chegar. Pensar assim faz todo o sentido e torna a escolha mais simples e menos trabalhosa, o que alimenta nossa sensação de controle e bem-estar.

Mas, repare que ao escolher o restaurante “certo” e, porque é o “melhor” em termos de variedades, estamos tomando uma decisão baseada em gatilhos externos, situações esperadas pela sociedade e noções sobre felicidade e sucesso baseadas em modelos ditados pelos outros. Perdemos muito tempo no “Onde almoçar?” e passamos batido no “Por que almoçar?”.

Como assim? Ora, basta observar as pessoas e sua alimentação após realizada esta escolha “certa” e “melhor” para seu dia. A maioria dos clientes vai de fato a esses lugares, mas enche o prato de “porcaria” e não come nada do que deveria (ou exagera na quantidade, na sobremesa e por aí vai). Elas estão lá, mas não estão focadas em si mesmas (embora justifiquem que sim).

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A ilusão do certo e errado

Antes que alguém ache que estou exagerando, não tenho nenhuma comprovação científica para o exemplo, mas decidi compartilhá-lo porque passei um bom tempo observando as decisões das pessoas e suas ações de fato. Meu relato é puramente empírico.

Ocorre que escolhemos pensando no que é “melhor”, no que é “certo”, mas acabamos mantendo uma rota confortável de executar as coisas “como elas são”. Por que isso acontece? Porque “certo e errado” e “melhor e pior” são opiniões, não parâmetros; são julgamentos, não prioridades.

Ora, o que é certo para um, pode não ser certo para o outro. O melhor para um perfil é certamente diferente do melhor para o outro. Opiniões mudam (Oh!) conforme o humor, situação emocional ou psicológica, níveis de estresse e por aí vai. Julgamentos são igualmente pessoais e facilmente influenciáveis.

No que você acredita?

Observar as pessoas bem-sucedidas e que são capazes de compartilhar suas experiências me fez enxergar algo simples: suas decisões são tomadas com base em princípios (parâmetros) e prioridades.

Não entendeu? As escolhas destas pessoas são feitas levando em consideração suas crenças, seu sistema de valores e seu próprio senso de urgência – elas fazem porque acreditam, não porque esperam algo delas ou por estarem no “piloto automático”. Sendo mais direto: o foco está todo voltado para quem toma a decisão e não para as expectativas dos outros.

Não interessa escolher o “melhor” lugar para almoçar ou o restaurante com a comida “certa”, mas alimentar-se de acordo com suas prioridades e interesses (nem que precise cozinhar sua própria comida se não encontrar isso em lugar nenhum).

Não sei se percebeu a sutileza da coisa. Enquanto nos basearmos nos conceitos de “certo e errado” e “melhor e pior”, estaremos tomando decisões com boa margem de interferência da sociedade de consumo. Quando passamos a agir de acordo com o que acreditamos, trocamos o “certo e errado” por apenas ser coerente e o “melhor e pior” pelo bom senso.

A lição que aprendi

Ora, posso me alimentar bem em qualquer restaurante, comendo aquilo é importante para o meu perfil (alguém que gosta de atividades físicas), na quantidade certa e de forma paciente. Não me interessa ser visto neste ou naquele estabelecimento, mas manter-me fiel ao que me faz bem em termos de alimentação.

Agora sem a metáfora: preocupe-se mais em ter um estilo de vida seu do que em estar “certo” ou ser o “melhor”. As escolhas “certas” e as “melhores opções” podem até trazer resultados, mas só as decisões coerentes o colocarão cada vez mais em contato com o que realmente interessa: você mesmo.

Ah, não gostou do exemplo que usei? Não cola? Ok, troque comida e restaurante por qualquer outra coisa e refaça mentalmente as ponderações que compartilhei aqui – dinheiro, carro, saúde, estudos, pense no que for e faça esse exercício.

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