É comum investidores iniciantes se preocuparem apenas em como e quando começar uma operação. A questão é que uma entrada bem feita em uma negociação pode se tornar um desastre se o operador não souber como e quando encerrá-la. Assim, podemos dizer que, para operar lucrativamente, saber finalizar operações é tão importante quanto saber iniciá-las.
Uma estratégia muito comum é o estabelecimento de alvos operacionais. A forma mais usada para estabelecer esses alvos é a utilização de suportes e resistências. Suportes e resistências são níveis onde podem ocorrer interrupções ou reversões na trajetória dos preços, mesmo que temporariamente. Se levarmos em conta essa definição, podemos considerar algo lógico o estabelecimento de suportes ou resistências como alvos de realização de lucros.
Em uma tendência de alta, por exemplo, se comprarmos um ativo no rompimento de uma resistência, poderíamos definir a próxima resistência como alvo porque seria uma região em que o movimento de alta poderia sofrer uma correção. Assim, ao vender no alvo estaríamos nos antecipando à correção.
Na figura abaixo encontramos um bom exemplo dado pela VCPA4 no período diário. A análise técnica nos permite avaliar sua trajetória. Veja como esse papel vinha num bom movimento de baixa até que não conseguiu romper o suporte dado pelo último fundo em torno de R$ 15,83. A partir do teste do suporte, os preços foram elevados até formar um candle de reversão na resistência dada pelo topo anterior, em torno de R$ 22,91.
Esse cenário poderia ser interpretado como a iminência da formação de um retângulo. Assim, um operador que tivesse interpretado o gráfico dessa maneira poderia efetuar uma venda alugada no rompimento da mínima do candle de reversão para tentar lucrar com o movimento de baixa que poderia vir a ocorrer. O alvo dessa operação poderia ser o suporte em torno de R$ 15,83, pois o ativo já havia sofrido os efeitos da pressão compradora nessa região – o que poderia se repetir.
Vejamos, a seguir, o que teria ocorrido nessa operação:
Pela figura, observamos que o ativo atingiu o alvo e ameaçou iniciar nova alta antes de romper o suporte e dar continuidade ao movimento de baixa. Nesse caso, teríamos lucrado mais se tivéssemos mantido a posição vendida por mais tempo. Mas não tínhamos como saber, com certeza, o que ocorreria até que o suporte fosse realmente rompido.
Então, o bom senso nos mandaria garantir o lucro e encerrar a operação no alvo porque o papel já estaria sobrevendido. Também havia a possibilidade do mercado seguir em tendência lateral e os preços poderiam voltar a subir conforme o padrão de reversão que ocorreu no suporte. De qualquer forma, uma nova posição vendida poderia ser aberta com o rompimento do limite inferior desse padrão.
Veja bem, o que estou explicando é uma forma de operar baseada em metas de lucros. Um investidor com outra visão poderia fazer diferente. A questão é que um bom sistema de investimentos deve, entre outras coisas, permitir ao seu usuário abrir e fechar posições de maneira que maximize seus lucros e minimize seus prejuízos. E utilizar alvos operacionais é uma excelente opção para operadores de curto prazo.
Dependendo das circunstâncias e do estilo do operador é possível usar a Extensão de Fibonacci ou a Extensão Alternada de Fibonacci para estabelecer alvos. Particularmente, costumo combinar a Extensão Alternada com suportes ou resistências em movimentos direcionais. Por outro lado, é possível também encerrar operações com sinais técnicos como evidências de fraqueza de um movimento ou mesmo sinais de sobrevenda ou sobrecompra.
Abordarei outras técnicas e ferramentas em novos artigos. Aos interessados em aprofundar-se no tema, experimentem a leitura do meu livro “Manual de Análise Técnica: Essência e Estratégias Avançadas” (Novatec).
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