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EUA e a arriscada política do “quanto pior, melhor”

por Artur Salles Lisboa de Oliveira
3 min leitura
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EUA e a arriscada política do “quanto pior, melhor”Ambos os partidos demonstraram total desapreço pelo povo americano: os republicanos por colocarem os EUA na iminência de um calote pela obsessão de drenar os recursos destinados ao ObamaCare, e os democratas por terem se aproveitado politicamente da situação, já que a maioria da opinião pública, conforme pesquisas divulgadas, atribuiu aos conservadores a responsabilidade pela paralisação do governo.

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Felizmente, os danos para a economia foram moderados dessa vez, mas a tão esperada solução do problema não foi nem de perto alcançada, o que significa que ocorrerão outras rodadas de estresse nos mercados.

O pior de tudo é que em meio aos diversos ‘perdedores’ – população americana, republicanos e democratas – houve um grande vencedor: o senador republicano Ted Cruz, do Estado do Texas.

A chegada do senador Ted Cruz a um evento do Partido Republicano no Texas, dias após o ‘remendo’ costurado em Washington, foi algo de dar inveja a muitas celebridades em Hollywood: senhoras de idades aos prantos pediam licença ao parlamentar para um abraço e um beijo com o objetivo de agradecer o esforço que Cruz realizou no sentido de ‘desmantelar’ o ObamaCare.

E qual é a importância disso? Lembremos que o Partido Republicano está em completa dessintonia com os anseios e angústias de grande parte da população dos EUA por conta do crescimento das comunidades latinas e asiáticas nos Estados Unidos. Cabe lembrar que os conservadores jamais deram bola para estes grupos e, da mesma forma, estes segmentos vêm devolvendo nas urnas o desinteresse dos republicanos por eles.

Com os últimos fracassos eleitorais republicanos, uma porta se abriu para Ted Cruz, cujo objetivo nesse momento, inegavelmente, é: continuar em sua empreitada incansável pela ‘implosão’ do ObamaCare para agradar seus constituintes e conseguir êxito nas primárias republicanas.

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Só que existe um pequeno detalhe que pode estar ou passando despercebido ou sendo mal calculado por Cruz: lançar-se numa cruzada incansável pelo ‘desmantelamento’ do ObamaCare trará ranhuras graves em sua imagem.

Não estamos falando apenas da drenagem de recursos para o programa de assistência universal do governo Obama, mas das conseqüências que todo o processo legislativo de alcançar tal objetivo acarretará: fuga de capitais em face da possibilidade de rebaixamento da dívida norte-americana, hesitação dos empresários no sentido de realizar investimentos, dentre vários outros desdobramentos.

Portanto, Cruz pode sair suficientemente ‘queimado’ desse embate político atual, cujo objetivo é meramente agradar seus constituintes visando êxito nas primárias republicanas dentro de alguns anos, a ponto de não conseguir se conectar com as comunidades latinas e asiáticas nas próximas eleições.

Vale lembrar que estes grupos são os mais vulneráveis às conseqüências geradas pela paralisação do governo, o que pode facilitar em muito o discurso do futuro candidato democrata.

Foto Democrat and Republican, Shutterstock.

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