Os Estados Unidos apreenderam o avião do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, após determinar que sua aquisição violava sanções americanas, além de envolver outras questões criminais, conforme noticiado pela CNN nesta segunda-feira (2). A aeronave foi levada para a Flórida, segundo dois oficiais dos EUA.
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A apreensão, ocorrida na República Dominicana, é um marco significativo nas tensas relações entre os dois países e representa uma intensificação das investigações dos EUA sobre práticas que consideram corruptas no governo venezuelano. O avião, equivalente ao Air Force One dos EUA, foi usado por Maduro em visitas de Estado ao redor do mundo.
Aproveitando-se da notícia, o empresário Elon Musk mandou um recado para o governo brasileiro, em meio às disputas das suas empresas com o STF, envolvendo principalmente a suspensão das operações do X.
“A menos que o governo brasileiro devolva a propriedade ilegalmente apreendida da X e da SpaceX, buscaremos apreensão recíproca de ativos do governo também. Espero que Lula goste de voar comercialmente”, disse Musk em um post no X durante esta tarde.
Contrabando para a Venezuela
Um oficial americano afirmou à CNN que essa ação envia uma mensagem clara de que “ninguém está acima da lei, nem mesmo as autoridades estrangeiras”. O Procurador-Geral Merrick Garland declarou que o Departamento de Justiça alega que a aeronave foi comprada ilegalmente por US$ 13 milhões por uma empresa de fachada e contrabandeada para a Venezuela.
A aeronave, um Dassault Falcon 900EX, foi comprada de uma empresa na Flórida e exportada ilegalmente em abril de 2023 para a Venezuela via Caribe. Desde então, foi usada quase exclusivamente para viagens internacionais de Maduro e voos para uma base militar, segundo o Departamento de Justiça.
A situação na Venezuela tem repercussões na política dos EUA, à medida que milhões de venezuelanos fogem do país, muitos dos quais se dirigem à fronteira entre os EUA e o México. Oficiais americanos há anos buscam interromper o fluxo de bilhões de dólares para o regime de Maduro, e as autoridades já apreenderam dezenas de veículos de luxo e outros bens destinados à Venezuela.
A apreensão do avião envolveu várias agências federais dos EUA, incluindo a Investigação de Segurança Interna (HSI), o Departamento de Justiça e agentes de Comércio. Funcionários americanos trabalharam em conjunto com a República Dominicana, que notificou a Venezuela sobre a apreensão.
Após a chegada do avião aos EUA, um dos próximos passos será buscar a perda do bem, o que significa que o governo venezuelano terá a chance de contestar, além de coletar evidências da aeronave. Recentemente, os EUA pressionaram o governo venezuelano a divulgar imediatamente dados específicos sobre a eleição presidencial, levantando preocupações sobre a credibilidade da vitória de Maduro.
