Os Estados Unidos acusaram nesta terça-feira a Rússia de financiar uma campanha de desinformação em toda a América Latina que alimenta contatos da mídia com propaganda e notícias falsas destinadas a enfraquecer o apoio à Ucrânia e aumentar o sentimento anti-EUA e anti-Otan.
“O objetivo final do Kremlin parece ser lavar a sua propaganda e desinformação através dos meios de comunicação locais de uma forma que pareça orgânica para o público latino-americano”, diz um comunicado do Departamento de Estado.
A embaixada russa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A declaração é a mais recente ação dos EUA em suas iniciativas para enfrentar o que diz ser o uso da desinformação pela Rússia para promover os objetivos de política externa do Kremlin.
Em 20 de outubro, os EUA divulgaram uma avaliação de inteligência antes sigilosa, enviada a mais de 100 governos, que afirma que Moscou está usando espiões, redes sociais e meios de comunicação estatais russos para minar a fé pública na integridade das eleições democráticas.
A declaração de terça-feira disse que a Rússia usa contatos com a imprensa na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, México, Venezuela, Brasil, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai para espalhar desinformação para enfraquecer o apoio à luta da Ucrânia contra a invasão da Rússia e alimentar opiniões contrárias à Otan e aos EUA.
A “campanha de manipulação de informação” foi coordenada por três organizações russas: a Agência de Design Social, o Instituto para o Desenvolvimento da Internet e a Structura, segundo o comunicado. A nota classifica as empresas no setor de “influência por aluguel” que cooptaram a mídia local e influenciadores na América Latina.