A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que a instituição precisará começar a tomar “medidas extraordinárias” ou manobras contábeis especiais destinadas a evitar que o país atinja o teto da dívida já em 14 de janeiro, em carta enviada aos líderes do Congresso na sexta-feira, 27.
“O Tesouro espera atingir o teto legal da dívida entre 14 e 23 de janeiro”, escreveu Yellen. A partir daí, medidas extraordinárias seriam usadas para evitar que o governo violasse o teto da dívida, suspenso até 1º de janeiro de 2025.
“Peço respeitosamente ao Congresso que aja para proteger a plena fé e o crédito dos Estados Unidos”, disse.
O comunicado veio depois que o presidente Joe Biden assinou um projeto de lei na semana passada que evitou a paralisação do governo, mas não incluiu a principal demanda do presidente eleito, Donald Trump, para aumentar ou suspender o limite de dívida do país.
O projeto de lei foi aprovado pelo Congresso somente após um acirrado debate interno entre os republicanos sobre como lidar com a demanda de Trump.
O que foi anunciado por Yellen?
Segundo Yellen, há necessidade de ação para proteger a credibilidade financeira do país e evitar riscos de inadimplência.
• Novo limite começa em janeiro. A dívida será limitada ao valor do montante em aberto em 1º de janeiro, com previsão inicial de queda de US$54 bilhões devido a resgates programados de títulos associados ao Medicare.
• Prazo para medidas extraordinárias. O Tesouro prevê que o novo limite será atingido entre 14 e 23 de janeiro, exigindo medidas extraordinárias para evitar o descumprimento de obrigações.
• Impacto em compromissos financeiros. O limite afeta pagamentos como benefícios do Medicare e da Seguridade Social, salários militares e juros da dívida pública.
• Risco de inadimplência. Yellen reforçou a importância de evitar atrasos no aumento ou suspensão do teto, alertando para danos à confiança no crédito dos EUA.
• Histórico de suspensão. O limite foi suspenso em junho de 2023 pela Lei de Responsabilidade Fiscal e será reativado no início de 2025, destacando um problema recorrente.
• Apelo ao Congresso. A secretária pediu ação urgente para preservar a estabilidade econômica e financeira, destacando o papel do Congresso na manutenção da credibilidade fiscal.