O Banco Central Europeu (BCE) cortou suas principais taxas de juros em 25 pontos-base, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira, 6, em meio a sinais de que inflação da zona do euro segue relativamente sob controle. Desta forma, a taxa de depósito foi reduzida de 2,75% a 2,50%, a de refinanciamento, de 2,90% a 2,65%, e a de empréstimos, de 3,15% a 2,90%.
“Estamos determinados a garantir que a inflação se estabilize de forma sustentável na sua meta de médio prazo de 2%”, menciona a autoridade monetária.
“A inflação doméstica continua alta, principalmente porque os salários e preços em certos setores continuam se ajustando ao aumento da inflação passada com um atraso substancial”, disse.
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A decisão, que veio em linha com a expectativa de analistas, dá continuidade ao processo de relaxamento monetário iniciado em junho do ano passado. Considerando o anúncio desta quinta, o BCE reduziu os juros básicos em seis ocasiões desde então.
Em fevereiro, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da região foi de 2,4%, segundo os dados oficiais mais recentes, não muito distante da meta de 2% do BCE.
Incerteza fenomenal
Na coletiva de imprensa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, se recusou a repetir que a direção era clara, em vez disso, apontou que o processo de desinflação estava no caminho certo, a política monetária estava se tornando menos restritiva, enquanto a “incerteza era fenomenal”.
Sobre a decisão de abril, ela disse que se a decisão mais apropriada fosse um corte, então eles cortariam. Se não, então eles fariam uma pausa.
A decisão foi um consenso, no entanto, Lagarde já deu a entender que alguns diretores poderiam oferecer comentários mais definitivos sobre o futuro, mas que o BCE, como um todo, não estava se comprometendo previamente com nenhuma trajetória de taxa específica.
“Vemos pouca razão para mudar nossa previsão de apenas mais um corte do BCE. Se os dados surpreenderem positivamente, o corte pode ser adiado para a reunião de junho. Se os dados decepcionarem, o BCE pode facilmente cortar mais de uma vez. No entanto, o quadro de risco mudou, e achamos que as notícias positivas recentes na frente da política fiscal equilibram alguns dos riscos de queda que apontamos anteriormente para nossa previsão básica do BCE”, explicam os economistas Jan von Gerich e Tuuli Koivu, do Nordea Bank, em um relatório obtido pelo Dinheirama.
Segundo eles, os mercados financeiros experimentaram algumas oscilações durante a coletiva de imprensa, com taxas e o câmbio EUR/USD terminando mais altos em comparação aos níveis pré-BCE.
“Os preços de mercado também sugerem que a reunião de abril está aberta, com cerca de 50% de probabilidades sendo precificadas para outro corte de 25 pb. No total, cerca de 40 pb de mais flexibilização está nos preços até o final do ano”, pontuam.