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Exclusivo: Brasil está 81% distante da meta de redução de carbono e é o pior do G20

Análise faz parte de uma avaliação global "Investindo com Carbono Zero" para indicar aos investidores os países mais comprometidos

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Carbono CO2

O Brasil está 81% da sua meta de redução das emissões de carbono estabelecida para 2030, mostra um estudo produzido pelo Société Générale e obtido pelo Dinheirama.

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Este é o pior desempenho entre as nações que compõem o G20, com exceção da Arábia Saudita.

A análise faz parte de uma avaliação global “Investindo com Carbono Zero” preparada pelo banco francês para indicar aos investidores os países mais comprometidos com o meio ambiente.

Os países analisados receberam uma pontuação de carbono, o que pode auxiliar os gestores na busca de investimentos mais sustentáveis, o que tem sido um forte apelo na comunidade investidora global.

São acompanhadas 23 economias, que representam 74% das emissões de gases de efeito estufa em 2030 e 88% do PIB mundial, com 10 países desenvolvidos e 13 emergentes.

“Fornecemos algumas métricas para vincular a pontuação de carbono e a construção de carteira de títulos soberanos aos rendimentos nominais dos títulos, aos rendimentos reais e ao retorno total”, destaca Alain Bokobza, responsável pela pesquisa.

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Emissões do Brasil

Em novembro de 2021, o Brasil se comprometeu a cortar as emissões em 37% para 2025 e revisou a sua meta redução das emissões de 43% para 50% até 2030. Nesta revisão, contudo, o país alterou a referência do total de gases emitidos em 2005, de 2,1 bilhões de toneladas para 2,8 bilhões de toneladas.

Ou seja, embora o plano pareça ambicioso, o fato é que o Brasil aumentou significativamente o seu pressuposto base de emissões para 2005, afirma o banco. O SocGén observa também que a promessa de “desmatamento zero” do presidente Lula exigiria um esforço de financiamento global.

“O Brasil emitiu planos setoriais de mitigação. No entanto, a maioria deles está desatualizado ou não são o foco dos planos climáticos nacionais”, observa Bokobza.

O Brasil ficou com uma pontuação de carbono de 22,5 que, entre os emergentes, só está acima da Indonésia.

A pontuação é o resultado da análise das variáveis de intensidade de redução dos gases (25%), tendência da intensidade (25%), tendência futura de intensidade (25%) e risco de diferença para a meta de 2030 (25%).

Economias desenvolvidasPontuação de carbonoDiferença para meta de 2030
Austrália36,411%
Reino Unido33,49%
EUA19,320%
Japão17,614%
Arábia Saudita17129%
França16,621%
UE13,815%
Alemanha13,718%
Itália12,414%
Espanha9,326%
Canadá631%
Economias emergentesPontuação de carbonoDiferença para meta de 2030
China34,61%
Taiwan33,22%
Colômbia33,146%
Chile31,930%
Coreia do Sul31,822%
Turquia30,329%
México27,828%
África do Sul26,427%
Índia24,40%
Argentina23,629%
Brasil22,581%
Indonésia19,521%
Fonte: Banco de Dados de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global (EDGAR, na sigla em inglês), Banco Mundial e Société Générale Research/Investindo com Carbono Zero / Pontuação de carbono: uma nota 0 indica o pior desempenho e uma pontuação 50 indica o melhor desempenho.

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