As exportações totais de café do Brasil somaram 4,29 milhões de sacas de 60 kg em março, aumento 37,8% em relação ao mesmo período do ano passado, marcando ainda recorde para o mês, informou o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) nesta terça-feira.
Os embarques de café do maior produtor e exportador global também atingiram uma máxima histórica para o primeiro trimestre, apontou o Cecafé, dizendo que o impulso vem sendo dado pelas exportações de grãos canéforas (robusta/conilon), que igualmente marcaram um recorde para março com 846,7 mil sacas, aumento de quase oito vezes na comparação com o mesmo período de 2023.
O Brasil tem exportado maiores volumes dessa variedade para suprir uma redução na oferta do Vietnã e Indonésia, grandes produtores de robusta.
“Dada a produção relevante de conilon na safra 2023/24, que pode se repetir no ciclo 2024/25, o Brasil tem conseguido atender à demanda internacional, suprindo dificuldades causadas pelos problemas climáticos na Indonésia e no Vietnã”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em nota.
Mas os embarques de café arábica, que responde pela maior parte da exportação no país, também foram relevantes, crescendo 15,1% na comparação anual em março, para 3,1 milhões de sacas.
O país ainda exportou o equivalente a 341,8 mil sacas de café industrializado, alta de 9,3% na mesma comparação.
A receita total com as exportações brasileiras aumentou 35,2% ante o mesmo intervalo comparativo, para 913,6 milhões de dólares.
O presidente do Cecafé avaliou ainda que, considerando informações da Convenção Anual da National Coffee Association (NCA), nos Estados Unidos, a redução da produção no Vietnã não é tão grande como se esperava.
“Apuramos, durante nossa participação na Convenção da NCA, que houve, de fato, uma retenção muito grande no ano passado, possivelmente à espera de melhores preços”, opinou ele.
No Brasil, o presidente do Cecafé observou que, como reflexo dos preços mais altos dos canéforas, já se observa uma gradativa redução da participação do conilon nos blends das indústrias locais, com o percentual se aproximando do observado nos anos anteriores à escassez de arábica, após a geada de 2021.
“A redução dos robustas nos blends também vem sendo possível devido à relevante recuperação das safras de arábica nos últimos dois anos. E o início da colheita de uma esperada boa safra de arábica em 2024/25, a partir de maio, deverá favorecer ainda mais o incremento dessa espécie no blend nacional”, avaliou.
Trimestre e Safra
Os embarques brasileiros de café do Brasil no acumulado do primeiro trimestre deste ano atingiram 11,960 milhões de sacas, alta de 42,4% ante o mesmo intervalo de 2023, marcando o maior volume da série histórica estatística do Cecafé para os três primeiros meses de cada ano.
No acumulado dos nove primeiros meses da temporada cafeeira 2023/24, as exportações do Brasil avançaram 25,8%, para 34,974 milhões de sacas.