Talvez você nunca tenha ouvido falar de Dwight D. Eisenhower, mas alguns de seus conselhos podem nos servir como uma valiosa lição.
Eisenhower foi o 34º presidente dos EUA, mas seus grandes feitos, que entraram literalmente para a história, foram como general durante a Segunda Guerra Mundial.
Ele desempenhou um papel central no conflito, atuando como Comandante Supremo das Forças Aliadas na Europa, liderando a bem-sucedida invasão do Dia D na Normandia, representando os Aliados na rendição da Alemanha e contribuindo significativamente para a reconstrução da Europa no pós-guerra. Sua liderança foi fundamental tanto no campo de batalha quanto na fase de recuperação.
Uma de suas grandes inspirações era Napoleão Bonaparte, principalmente na hora de traçar estratégias de guerra.
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Durante esse processo, Eisenhower mantinha um lema em mente:
“Um gênio militar é aquele que pode fazer o que é comum quando todos ao seu redor estão perdendo a cabeça.”
Eu diria que essa frase funciona muito bem não só para estratégias bélicas, mas também para sua jornada de investimentos.
Na Spiti gostamos, e muito, de fazer estudos.
Um dos nossos favoritos é o famoso backtesting.
O backtest envolve verificar como uma estratégia de investimento se comportaria se a adotássemos no passado.
Um dos backtests mais interessantes que conduzimos foi um em que simulamos três perfis de investimento: o medroso, o apático e o destemido.
Perfil militar e a filosofia de investimentos
Os três aplicavam a mesma quantia de dinheiro todos os meses e aportavam seus recursos conforme a filosofia de investimento da Spiti, exceto por algumas peculiaridades listadas abaixo:
O medroso consistia em um investidor que, em momentos de tensão, quando o índice CDS (medida de risco) disparava, vendia sua posição em ativos de risco, como ações e fundos imobiliários, e corria para o CDI. Quando o CDS acalmava e voltava para patamares razoáveis, ele voltava a aplicar nos ativos de risco.
O apático basicamente aportava sua quantia de maneira diversificada, seguindo a alocação da Spiti todos os meses, sem se preocupar com o CDS ou com qualquer outra medida de risco.
O destemido aplicava seu recurso no CDI e só investia em ativos de risco conforme nossa alocação quando o CDS disparava.
Em termos percentuais, qual retorno você imagina que ficou à frente?
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Em primeiro lugar, mas praticamente empatado como segundo, ficou o perfil destemido, a pessoa que espera o risco para adquirir ativos de risco. Sua performance anual em termos percentuais ficou 0,20% acima do segundo lugar, ou mais conhecido como “apático”.
Sobre este último, a grande vantagem de possuir um perfil apático é que você não precisa acompanhar o cenário econômico e político de perto.
Adotando essa postura, seria possível conseguir um retorno muito semelhante ao melhor perfil de nosso estudo, o destemido.
Em último colocado, e com uma distância relevante com relação aos outros dois, ficou o perfil medroso.
Seu retorno médio anual ficou 2% abaixo do apático.
Essa diferença em um ano pode parecer pequena, mas em 10 anos a diferença do retorno acumulado será de 51%. Em 20 anos, ela sobe para 291% e, em 30 anos, chega a incríveis 1.250%.
Ou seja, está longe de ser desprezível.
Agora, retomemos as palavras de Eisenhower:
“Um gênio militar é aquele que pode fazer o que é comum quando todos ao seu redor estão perdendo a cabeça.”
Combinando-as com as descobertas do estudo, chegamos a uma conclusão semelhante aplicável ao mundo dos investimentos:
“Uma pessoa bem-sucedida com seus investimentos é aquela que é capaz de tomar a atitude mais comum quando todos ao seu redor estão perdendo a cabeça.”
Abraços,
Guilherme Cadonhotto
Especialista em renda fixa e estrategista-chefe da Spiti. Técnico em Administração de Empresas e bacharel em Economia, atuou na mesa de operações como trader de renda fixa na SulAmérica Investimentos e como analista de investimentos na asset da Porto Seguro.