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Faça as perguntas certas e prefira ser feliz a ter sempre razão

por Conrado Navarro
3 min leitura

Por hábito, nos sentimos muito mais importantes quando sabemos a resposta para uma pergunta. Logo, saber a reposta para muitas perguntas costuma ser sinônimo de ser uma pessoa muito inteligente, “antenada”. Pode ser.

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Gente informada faz bem e agrega valor, mas nem sempre têm opiniões capazes de realmente propor as reflexões mais relevantes.

Por influência de pai professor e mãe advogada, duas profissões para as quais a resposta certa nem sempre é a melhor, cresci acreditando em outra filosofia de vida. Para mim, aprende mais quem pergunta.

Em outras palavras, prefiro ser feliz a ter sempre razão. Acho que li isso em algum lugar, mas não me lembro onde. Perguntar, questionar e refletir diante das decisões (tomadas ou não) me é mais útil.

Você provavelmente questiona e discute muito do seu cotidiano com sua família e amigos. Onde passou as férias? Gosta de música? O que tem lido? Em quem vai votar?

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Perguntar demais ou ter resposta para tudo?

Certo, mas em se tratando de finanças pessoais, você é dos que gosta mais de perguntar ou de responder? Antes de tentar se lembrar da última vez em que o assunto foi abordado, responda rápido: quando o assunto é dinheiro, você faz as perguntas certas?

“Por que eu ganho tão pouco?” talvez seja a questão mais recorrente nos lares e ambientes de trabalho. A pergunta é pesada e tem um tom negativo, depreciativo. Que reflexões e atitudes ela nos incentiva a tomar?

Discutir com o chefe, reclamar da empresa para os amigos e endividar-se para consumir são consequências frequentes de não fazer as perguntas certas para si mesmo. Pensamentos tristes e um choque amargo de realidade são resultados comuns para a pergunta errada “Por que eu ganho tão pouco?”. Tal pergunta não nos faz sonhar.

Mude o enfoque. Experimente algo como “Como me organizar e ter qualidade de vida com o que ganho?” e também “Como aumentar minha renda para garantir um futuro melhor?”.

As associações vindas destas questões são mais alegres, têm mais significado prático e possibilitam a criação de um plano de ação; é nitidamente mais fácil partir destas perguntas e agir para mudar a realidade e ter uma vida melhor.

A mudança na reação é clara. Faça o exercício: responda às questões propostas nos parágrafos anteriores. Vamos lá:

  • Como me organizar e ter qualidade de vida com o que ganho? Começando agora mesmo a controlar seu dinheiro; listando todas as dívidas para futura renegociação; anotando receitas e despesas; passando mais tempo com sua família; investindo parte do seu capital em atividades que estejam mais alinhadas com o seu propósito de vida. Que tal?
  • Como aumentar minha renda para garantir um futuro melhor? Quem sabe aprendendo inglês e espanhol, avaliando a possibilidade de realizar um MBA, abrindo um negócio próprio.

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Perguntar não ofende…

As perguntas certas fazem você se mexer, deixando de lado o “mimimi”. Eu poderia comentar pelo menos uma dezena de perguntas sobre finanças visivelmente fora de escopo. “Por que será que nunca dou a sorte de ser sorteado no título de capitalização em que investi no banco?” é clássica.

Quem disse que título de capitalização é investimento? Você sabe como o produto funciona? A pergunta certa deveria ser “Quais as alternativas de investimento disponíveis para pouco dinheiro? Como posso conhecê-las?”.

Aceite que você não é uma vítima de sua realidade financeira. Pelo contrário, é o grande responsável por ela. Isso faz muita diferença.

É comum notar famílias tratando o dinheiro como um tabu, sem se dar conta deste comportamento perigoso. Isso acontece porque, mesmo inconscientemente é natural associar o dinheiro a pensamentos negativos e perguntas erradas.

Fica a impressão de que sonhar é um pecado quando o presente tem cheiro de milagre. Em lares assim, logo o dinheiro se torna sinônimo de problema.

Assumir uma postura adulta em relação ao tema e dar exemplo costumam ser atitudes que facilitam a abordagem familiar.

Falar de dinheiro de forma natural, abrindo o jogo das finanças da família e trabalhando o compromisso de todos com as metas e objetivos naturalmente eleva a qualidade das reflexões, trazendo à tona as perguntas certas.

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Errou? É tempo de aprender (e corrigir)

Se você se identificou com estas situações e está incomodado com a forma como está administrando a sua vida financeira, aproveite esta época de início de ano para traçar metas.

Não adianta reclamar ou colocar a culpa em terceiros, pois você é o único responsável pelo seu bolso (e as consequências disso). Trabalhe muito bem seu senso crítico e exercite mais e melhor o bom senso.

Pessoas que procuram perguntar mais que responder são naturalmente inquietas e estão sempre questionando o “sistema”, buscando melhores alternativas tanto para si quanto para as pessoas que amam. Adote esta postura também.

É melhor que você mesmo seja o agente de mudanças na sua vida. Não espere que alguma ação externa (demissão, divórcio ou doenças, por exemplo) obrigue você a fazer isso. Tenho mais a dizer sobre isso em um vídeo bem rápido:

Começar com as perguntas certas encurta a distância entre você e seus objetivos, na medida em que constrói cumplicidade familiar e incentiva a discussão sadia sobre finanças pessoais em casa e no trabalho.

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