O FBI está preocupado com a possibilidade de um ataque coordenado nos Estados Unidos semelhante ao que matou dezenas de pessoas em uma casa de shows na Rússia no mês passado, de acordo com declarações que o diretor da agência planeja dar a um painel da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira.
“Ao relembrar minha carreira na aplicação da lei, seria difícil pensar em uma época em que tantas ameaças à nossa segurança pública e nacional fossem tão elevadas de uma só vez”, dirá Christopher Wray aos parlamentares durante uma audiência sobre orçamento. “Mas esse é o caso enquanto estou sentado aqui hoje.”
O ataque de 22 de março a uma casa de shows no subúrbio de Moscou matou pelo menos 144 pessoas, o mais letal na Rússia em 20 anos. Um ramo do grupo militante Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade, mas o presidente russo, Vladimir Putin, sem citar evidências, tem procurado culpar a Ucrânia.
As autoridades norte-americanas têm se preocupado com a possibilidade de um ataque realizado por um indivíduo ou um pequeno grupo inspirado pela guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas em Gaza. Mas o FBI está cada vez mais aflito com a possibilidade de um ataque mais coordenado após o massacre em um show na Rússia, dirá Wray durante o depoimento.
Uma preocupação cada vez maior “é a possibilidade de um ataque coordenado aqui na pátria, semelhante ao ataque do ISIS-K que vimos casa de shows russa há algumas semanas”, ele alertará.
Wray também planeja pressionar os parlamentares a renovar um programa de vigilância dos EUA que deve expirar neste mês, chamando-o de uma ferramenta indispensável contra os adversários do país.
Uma modesta revisão desse programa foi bloqueada na Câmara na quarta-feira, em meio a preocupações de membros de ambos os partidos de que ele não foi longe o suficiente para restringir os poderes de vigilância do governo.
“É fundamental para a segurança de nossa nação, e estamos em um momento crítico”, afirmará Wray aos parlamentares.