O Federal Reserve esperará até setembro para começar a cortar a taxa de juros, apostavam os operadores nesta quarta-feira, depois que um relatório do governo dos Estados Unidos mostrou que a inflação foi mais forte do que o esperado no mês passado pelo terceiro mês consecutivo.
Os juros futuros de curto prazo dos EUA despencaram depois do relatório, que mostrou que o núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 0,4% em março em relação ao mês anterior, e que a inflação geral acelerou para 3,5% na base anual, acima dos 3,2% em fevereiro. O Fed tem como meta uma inflação de 2%.
Operadores apostam que isso exclui a possibilidade de um primeiro corte nos juros pelo Fed em junho e torna até mesmo um corte em julho menos provável.
Com base na precificação dos futuros, o Fed deve realiza um primeiro corte de 0,25 ponto percentual nos juros em sua reunião de 17 e 18 de setembro, levando a taxa para uma faixa de 5% a 5,25%, com apenas mais um corte provável até o final do ano.
“Acho que um corte em julho ainda é possível”, disse Oliver Pursche, vice-presidente sênior da Wealthspire Advisors. “Há vários dados importantes que chegarão antes disso, mas eu ficaria surpreso se A) houver um corte em junho e B) se houver mais de dois cortes este ano.”
Tanto operadores quanto analistas esperavam, até esta manhã, três cortes na taxa de juros este ano, uma previsão as autoridades do Fed também sinalizaram ser seu cenário básico no mês passado.