Os formuladores de política monetária do Federal Reserve obtiveram nesta sexta-feira uma nova validação para sua abordagem de esperar para ver em relação aos cortes na taxa de juros este ano, depois que um relatório do governo dos Estados Unidos mostrou que os preços no atacado subiram muito mais do que o esperado no mês passado.
O aumento mensal de 0,5% no núcleo do índice de preços ao produtor de janeiro provavelmente alimentará uma leitura mais alta em janeiro para a medida preferencial do Fed para a inflação, que será divulgada no final deste mês, disseram economistas, e manterá o Fed em espera por mais tempo.
Analistas do Citi calcularam que o núcleo do índice PCE voltará a acelerar para 2,4% em uma base de seis meses, em comparação com os 1,9% anteriores, e consideraram esse desdobramento “preocupante”.
“Continuamos a esperar o primeiro corte do Fed em junho — e juros mais altos por mais tempo mantêm a probabilidade de recessão elevada”, escreveram.
Mas os formuladores de política monetária sinalizaram que querem adiar qualquer corte nos juros até que estejam mais confiantes de que o progresso na inflação é sustentável.
Os operadores de contratos futuros vinculados à taxa de juros do Fed nesta sexta-feira ainda viam um corte em junho, mas agora dão cerca de 65% de chance, contra 75% antes do relatório. Eles também estão apostando que o Fed cortará os juros um total de quatro vezes este ano, para levar a taxa básica a uma faixa de 4,25% a 4,5% até o final do ano.
Os próprios membros do Fed indicaram em dezembro que esperam realizar pelo menos três cortes nos custos de empréstimos este ano. Eles atualizarão essas previsões em sua próxima reunião, em 19 e 20 de março.