O Federal Reserve deve manter a taxa de juros ao final de dois dias de reunião de política monetária nesta quarta-feira, mas também deve indicar que uma redução nos custos de empréstimos poderá ocorrer já em setembro.
Contratos vinculados à taxa de juros do banco central dos Estados Unidos mostram que os investidores estão convencidos de que haverá um corte na taxa na reunião de 17 e 18 de setembro, com a única discordância sobre se o Fed começará a afrouxar a política monetária com uma redução de 0,25 ponto percentual, como a maioria espera, ou com um corte mais agressivo de 0,5 ponto, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
O Fed vem mantendo sua taxa básica de juros na faixa de 5,25% a 5,50% ao longo do último ano.
Um corte de 0,5 ponto provavelmente exigiria evidências de que a economia está desacelerando mais rápido do que o esperado e colocando em risco a taxa de desemprego ainda baixa, de 4,1%.
Durante a batalha de mais de dois anos do Fed para controlar a inflação, que incluiu os aumentos mais rápidos de juros desde a década de 1980, a economia cresceu mais rápido e teve um desempenho melhor do que o esperado – e os dados mais recentes sugerem que isso continua.
A economia cresceu a uma taxa anual de 2,8% no segundo trimestre, acima da tendência. Dados sobre vagas de emprego em aberto e contratações divulgados na terça-feira mostraram uma resiliência contínua no mercado de trabalho, com o número de vagas abertas permanecendo acima de 8 milhões.
“O mercado de trabalho esfriou nos últimos meses, mas não está fraco”, disse Nancy Vanden Houten, economista-chefe da Oxford Economics para os EUA. “Esse é um cenário contra o qual o Federal Reserve quer se proteger, e esperamos que o Fed comece a cortar os juros em setembro.”
O comunicado do banco central será divulgada às 15h (horário de Brasília) e o chair do Fed, Jerome Powell, dará uma coletiva de imprensa meia hora depois.