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Finanças para casais – O começo

por Conrado Navarro
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Casamento e Dinheiro! Casais e suas Finanças!Marcos escreveu: “Olá, Navarro!Descobri seu blog numa das ‘surfadas’ pela net há aproximadamente 2 meses. Resultado: não consigo mais começar o dia sem ler seus posts! Seus artigos têm sido muito úteis para mim. Gostaria de saber se tem alguma sugestão para um casal que está iniciando uma vida a dois (recém-casados) e têm muita vontade de crescer e alcançar a independência financeira, mas ainda possui alguns compromissos para o próximo ano e está planejando ter um filho em uns 3 anos. Muito obrigado pelas dicas importantíssimas que disponibiliza a todos nós de maneira gratuita e altruísta! $uce$$o”!

Oi Marcos, obrigado pela visita. Quero deixar meus sinceros agradecimentos pelas palavras de apoio e reconhecimento. Fico muito contente ao saber que meus artigos são úteis para o seu dia-a-dia. A primeira sugestão que me vem à cabeça é bastante direta: continue com a enorme vontade de aprender cada vez mais sobre seu dinheiro e as possibilidades de multiplicá-lo. Querer é o primeiro (e mais importante) passo. A partir de agora, preocupe-se também com o dinheiro dela.

Os conflitos
Ninguém está livre dos conflitos (duh!). Frase óbvia, talvez até desnecessária, é verdade. Tudo é sempre lindo, gostoso e cheiroso quando as coisas funcionam, o relacionamento está em alta e o dinheiro sobrando. Basta uma briga e a culpa é inteiramente jogada de um lado para o outro. A coisa desanda e em muitos casais o final recai sobre o dinheiro (ou a falta dele). É assim, não adianta. Para os conflitos existe o diálogo, para a falta de dinheiro existe o planejamento. Não se vive um amor sem diálogo. Então como é possível conquistar a independência financeira sem planejamento? Não, não é possível.

Problema 1: casais falam pouco sobre dinheiro
Quantas vezes você e sua esposa decidiram sentar juntos à mesa para discutir o planejamento financeiro da família, o plano de pagamento das contas e o orçamento doméstico? Provavelmente vocês concordaram inúmeras vezes sobre essa necessidade, mas não se mexeram para efetivamente atacá-la. Pare, discuta as finanças com seu par e defina alguns objetivos e metas para a família como um todo. Transforme o dinheiro em pauta e queira discuti-lo ao menos uma vez por mês.

Problema 2: Minha conta, minha conta. Sua conta, sua conta.
Casou? Então entre no espírito do casamento e participe da construção de uma relação duradoura e inteligente. Não adianta desfilar a aliança por ai se a cabeça continua focada na boemia e nos eternos gastos com carros e jogatina (isso serve pra mim, confesso). Casar é mais que simplesmente dividir a cama e o microondas. Onde fica a verdadeira sintonia? Definam uma quota mensal para os gastos individuais, para o estilo de vida de cada um (sim, você merece seu espaço), mas trabalhem as despesas da casa, a construção do patrimônio e as tarefas conjuntas movimentando uma conta conjunta (até porque com uma conta pagam menos tarifas).

Problema 3: existem muitos planos e pouco compromisso
Sem criar compromisso não se cria patrimônio. Nem amor duradouro (baixou o guru aqui). Não adianta ser o cara mais romântico do mundo se você só pensa em você, em gastar o seu dinheiro com você e dispensa observações sobre o modo como cuida de seu dinheiro. É bonito falar que vão comprar uma casa ou ter um filho (aliás, parabéns!), mas quem paga a conta? Como? Quando? O problema 3 existe quando os problemas 1 e 2 ocorrem com muita frequência. Lembre-se de que o casamento foi idealizado e concretizado pelos dois. As responsabilidades dele advindas merecem, obrigatoriamente, o mesmo tratamento.

O filho vai crescer, vai estudar, vai se transformar em um cidadão. Você precisa estar pronto para oferecer apoio a cada uma dessas fases e isso se faz com trabalho e planejamento. Por que não abrir uma “poupança” para ser usada quando ele passar na faculdade? Por que não se preparar para presentear-lhe com um carro assim que ele completar 18 anos? São sonhos que todos os pais têm. Sonhos possíveis, que podem ser concretizados com disciplina, conhecimento e atitude.

Problema 4: juram amor eterno, mas não pensam na velhice
Pois é, eu também vou ficar velho. Você que está casado quer envelhecer ao lado de seu parceiro ou parceira, certo? Que tal pensar na aposentadoria desde o começo da união? Não precisa ser um expert em investimentos, basta que procure se informar sobre os planos disponíveis e que isso passe a ser uma preocupação constante no seu dia-a-dia. A aposentadoria merece ser um momento de descanso, paz e muita alegria e isso só depende de você e de sua atitude. Hoje.

Problema 5: gastam mais do que ganham
Isso acontece com muita gente e acontece com muitos casais. Aliás, é o que mais acontece. Para inverter a situação é preciso disciplina e muita determinação. De ambos. De todos. Não adianta um gastar muito, “fritar” o salário e o outro ficar responsável por sanar as dívidas da família e por planejar seus movimentos de patrimônio. Por que será que ninguém pensa nisso antes de casar? Bom, aqui vai uma lista do que costuma desequilibrar a maioria dos relacionamentos por ai:

  • Carro: ele (ou ela) possui um carro e você quer, de todo o jeito, ter também o seu. Birra de criança não cola. Será que ele (ou ela) tem condição mesmo de ter o carro? Pergunta errada. Será que o casal precisa do carro dele (ou dela)? E de mais um carro? Por que?
  • Viagens: ela adora viajar e sempre sustenta a idéia do pagamento em seis, dez ou doze parcelas. Deixar de viajar um, dois, três anos para economizar, capitalizar e investir em algo mais interessante para a família não pode ser motivo de cobrança. É ruim não viajar, eu sei. Viajar hoje e não poder viajar nunca mais é pior. Aja com inteligência e deixe a expectativa da sociedade de lado.
  • Shopping: a disciplina exigida para a construção de um patrimônio compartilhado é a mesma que deveria ser usada nos passeios de shopping center. Sacrificar-se um pouco faz parte do processo. Se a casa não tem lugar para 200 pares de sapato ou para 100 ternos, alguma coisa está errada. Pode ser o tamanho da casa. Pode ser o exagero pessoal.
  • Supermercado: o maior erro cometido pelos casais recém-casados é o mal dimensionamento das compras da casa. Faça uma lista, determine as quantidades necessárias e mantenha a lista em constante atualização. Passear pelo supermercado sem saber o que precisa realmente comprar é tudo que os empresários do ramo desejam. Você acaba levando mais do que o necessário, mas esquece de coisas essenciais.

Vou parar por aqui. A mensagem final é simples: vivam o casamento como um casamento. Compartilhem a cama, o microondas, os problemas, as alegrias, as conquistas e o dinheiro. Vençam juntos. Fracassem juntos. Caso tudo isso soe utópico demais, basta procurar um advogado.

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