A Fitch Ratings cortou a perspectiva para os ratings da Azul (AZUL4) de estável para negativa nas classificações global, com nota B-, mostra um comunicado enviado ao mercado nesta quinta-feira (11).
Segundo a diretora Debora Jalles, a mudança reflete as pressões de queima de caixa da Azul, devido às suas elevadas despesas com arrendamento e juros, à depreciação do real e às volatilidades dos preços dos combustíveis.
Considera, ainda, a sua significativa dependência no acesso ao mercado de crédito para financiar sua geração de fluxo de caixa livre (FCF) negativa e manter níveis de liquidez saudáveis.
A agência avalia que os ratings são suportadas por sua forte posição no mercado regional doméstico na indústria de aviação civil brasileira e por margens operacionais sólidas, bem como por sua limitada diversificação geográfica e exposição ao câmbio (FX).
“Em termos de alavancagem financeira, as métricas de crédito da Azul estão relativamente adequadas, mas a alta alavancagem operacional (reestruturação pós-pandemia) e seu programa de capex em andamento exigem financiamento adicional. A Azul tem flexibilidade financeira limitada, dada a sua já alta base de dívida com garantias”, mostra o documento.
A Fitch ressaltou que rating atual não incorpora qualquer movimento de consolidação da Azul com a Gol (GOLL4).
“A Azul tem sido clara sobre sua estratégia de consolidar o mercado e está considerando uma potencial transação com a Gol, que acionou o Chapter 11, nos EUA, um mecanismo que suspende a execução de suas dívidas. Os termos finais deste acordo ainda são incertos, assim como a estrutura de capital proforma da entidade combinada”, aponta a Fitch.
Ainda assim, a agência explica que uma “estratégia de crescimento agressiva, que gere movimentos de consolidação financiados por dívida” poderia motivar um corte na nota de crédito.
Veja a análise da Fitch sobre a Azul