A economia do Brasil deve crescer em 2024 e 2025 mais do que o projetado no início do ano, de acordo com novas estimativas divulgadas nesta terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional.
O FMI estima agora que a economia brasileira vai expandir 2,2% em 2024, um aumento de 0,5 ponto percentual em relação à previsão feita em janeiro.
Para 2025 o Fundo calcula crescimento do Produto Interno Bruto de 2,1%, alta de 0,2 ponto ante a estimativa anterior, mostrou nesta terça-feira seu relatório Perspectiva Econômica Global.
O PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, de acordo com dados do IBGE.
Embora a economia tenha ficado estagnada no quarto trimestre em relação aos três meses anteriores, ela vem indicando um desempenho melhor neste início de ano, o que também tem levado economistas de mercado a aumentar suas projeções para a atividade, mas ainda com aposta em desaceleração frente a 2023.
“No Brasil, o crescimento deve moderar para 2,2% em 2024 diante da consolidação fiscal, efeitos defasados da política monetária ainda apertada e uma contribuição menor da agricultura”, avaliou o FMI.
O Banco Central embarcou em um ciclo de afrouxamento monetário que tirou a taxa básica de juros Selic de seu pico de 13,75% para o atual nível de 10,75%, com a perspectiva de novas reduções à frente, o que tende a ajudar a economia, principalmente setores ligados a crédito.
O mercado de trabalho aquecido, a inflação sob controle e o aumento da massa salarial ainda vêm favorecendo a economia brasileira neste início de ano.
A projeção do FMI para o PIB brasileiro em 2024 é melhor do que a do BC, que atualmente vê crescimento de 1,9%.
O Ministério da Fazenda, por sua vez, também prevê expansão de 2,2% este ano, mas o chefe da pasta, ministro Fernando Haddad, já afirmou que a estimativa deve ser revisada para ao menos 2,5%.
O relatório do FMI ainda trouxe números para a inflação. Para o Brasil, o Fundo calcula a inflação em uma média de 4,1% e 3,0% respectivamente em 2024 e 2025.
Apesar da melhora nas projeções para o crescimento econômico do Brasil, as contas para a América Latina e Caribe pouco mudaram.
O FMI vê uma desaceleração da expansão da região de 2,3% em 2023 para 2,0% em 2024, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação a janeiro. Para 2025 a conta segue em 2,5%.
A perspectiva para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, também teve pouca alteração, melhorando em 0,1 ponto percentual para 2024, a 4,2%, mesma taxa de crescimento prevista para 2025, sem alterações neste caso. Em 2023, esse grupo cresceu 4,3%.