O Brasil deve registrar déficit primário maior que o esperado este ano e ter aumento da dívida pública bruta na comparação com o ano passado, mostraram projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas nesta quarta-feira.
Segundo o organismo, em seu relatório Monitor Fiscal, a dívida pública bruta do país deve avançar para 86,7% em 2024, de 84,7% do PIB em 2023. Nos anos seguintes, o FMI vê a dívida brasileira alcançando 89,3% do PIB em 2025, e 90,9% em 2026.
O dado é referente ao setor público não financeiro, excluindo a empresa de energia Eletrobras e a estatal Petrobras, e inclui a dívida soberana mantida no balanço do Banco Central.
O déficit primário, por sua vez, deve chegar a 0,6% do PIB este ano — previsão acima do esperado pelo fundo em outubro passado, de déficit primário de 0,2% –, recuar a 0,3% em 2025 e somente em 2026 atingir o marco zero.
As projeções do FMI são piores do que a meta proposta pelo governo de resultado primário zero para 2025, que gerou temores sobre a questão fiscal no Brasil, dado que a proposta representa uma redução do esforço anunciado anteriormente, que previa superávit de 0,5% do PIB no próximo ano.
Nesta quarta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, cumprindo agenda em Washington, disse que é preciso entender como a recente mudança na meta fiscal do governo para 2025 afetará a função de reação da autoridade monetária.
O FMI apontou para uma preocupação global com os crescentes gastos fiscais, em um ano em que uma contenção fiscal pode se tornar ainda mais difícil dado o recorde de países realizando eleições em todo o mundo.
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