Quem nos acompanha com regularidade vai se lembrar que mantemos otimismo com o desempenho dos mercados de risco faz algum tempo, praticamente desde junho e quando o Ibovespa estava na casa dos 60.000 pontos.
Isso coincide com a melhora de diversos indicadores de conjuntura que já mostram recuperação pelos últimos quatro ou cinco meses. Com relação à inflação o quadro foi ainda melhor, em queda desde mais de 10%, até chegar na projeção de 12 meses em 2,5%.
Curiosamente será a primeira vez em muitos anos que o Bacen (Banco Central) terá que mandar carta para o ministério da Fazenda justificando inflação menor que a meta projetada. Nos últimos anos, o Bacen teve que explicar estouro da meta por diferentes razões, mas a principal foi pela inação com políticas econômicas erradas do governo Dilma.
A recuperação econômica Global
Isso posto e considerando também a recuperação econômica global, os mercados de risco melhoraram desempenho, ao ponto de diferentes bolsas mostrarem forte expansão. Nos EUA os principais índices (Dow Jones, Nasdaq e S&P) estão batendo recordes históricos quase que diariamente.
Em outras bolsas da Ásia e Europa temos patamares de índices que não ocorriam por alguns anos. Agora mesmo a bolsa de Tóquio cravou seu melhor momento desde 2015.
Com taxas de juros muito baixas e em vários casos negativas, já projetávamos movimento de migração de recursos da renda fixa para a variável praticamente desde o primeiro trimestre do ano, mas só ficamos mais otimistas quando a economia começou a demonstrar sinais mais consistentes.
As reformas são fundamentais
Agora esse quadro ficou completamente delineado, mas exige que o país continue a perseguir reformas estruturais, especialmente a da Previdência e Tributária. Somente assim conseguiremos manter acessa a chama de mercado captais fortalecido e ajudando no processo de capitalização de empresas.
A Anbima divulgou recentemente que o volume de emissão realizada por empresas brasileiras até o mês de setembro somou R$ 176,3 bilhões, com aumento de 32% sobre igual período do ano anterior. As emissões de ações nos nove meses de 2017 alcançam R$ 86, 3 bilhões e nesse mês de outubro tivemos mais duas operações (Eneva e Rumo Logística). O melhor de tudo é que essas operações estão vindo mesmo para mercado, com os investidores institucionais subscrevendo 65,7% do total.
Debêntures, oportunidades para o investidor
Pois bem, daqui para o próximo ano esse movimento tende a ser ampliado, principalmente quando consideradas as debêntures de infraestrutura que não possuem tributação sobre os ganhos auferidos, que os investidores tanto gostam e que produzem bons retornos para aplicações de menor risco.
Também citamos que a captação por fundos de investimento até setembro ficou em R$ 221 bilhões, contra R$ 83 bilhões em igual período de 2016 (+166%), sendo que somente no terceiro trimestre foram captados R$ 90,1 bilhões.
Tudo isso é fluxo carreado para o mercado e que vai pressionar o sistema de precificação de ativos. Como ainda não temos indústria de IPOs e franca atividade, os mercados sobem e recordes são superados.
2018 um ano onde as eleições estarão em destaque
No entanto, haverá um momento em que os fluxos para mercados de risco e lançamentos ficará mais equilibrado, e aí sim será fundamental que a economia esteve funcionando com maior desenvoltura para dar sustentabilidade para patamares mais elevados de preços.
É por isso que repetimos que é fundamental perseguir reformas de todo ordem, mesmo considerando que o ano de 2018 será complicado e muito afetado por eleições gerais. Além das reformas tão necessárias será importante irmos conhecendo os candidatos que disputarão eventual segundo turno e qual o comprometimento deles com a continuidade de reformas mais profundas e rápidas.
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