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Frigorífico da JBS em Goiás é interditado por “jornada exaustiva”

Um porta-voz de imprensa dos auditores trabalhistas disse nesta quarta-feira que a unidade pertence à JBS

por Gustavo Kahil
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Frigorífico foi interditado por jornadas exaustivas (Imagem: Sinait)

Auditores fiscais do trabalho de Goiás fecharam um frigorífico de grande porte no município de Senador Canedo após verificarem condições irregulares de trabalho durante uma inspeção na semana passada, de acordo com uma postagem no site do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait).

Um porta-voz de imprensa dos auditores trabalhistas disse nesta quarta-feira que a unidade pertence à JBS (JBSS3), que não comentou imediatamente.

A ordem para fechar a fábrica veio em 12 de abril, depois que os auditores descobriram que os funcionários eram submetidos, de forma habitual, a jornadas de trabalho “exaustivas”, que variavam de 10 a 16 horas por dia, segundo a postagem.

Segundo o Sinaita, essas jornadas prolongadas eram especialmente comuns em áreas críticas como a de abate, bucharia, triparia e desossa, onde o ambiente de trabalho é considerado insalubre, devido ao frio, odor, calor e ruído intensos e umidade excessiva.

“Os Auditores-Fiscais ressaltam que jornadas tão prolongadas em atividades de frigoríficos, além de representar uma clara violação das normas trabalhistas, aumentam o risco de fadiga, lesões musculoesqueléticas e exposição a agentes nocivos, comprometendo a saúde e segurança dos trabalhadores”, mostra a nota.

Diante dessas constatações, a interdição do frigorífico foi considerada necessária para proteger a integridade física e mental dos trabalhadores.

“A Auditoria Fiscal do Trabalho reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos trabalhistas e continuará atuando de forma rigorosa para garantir a segurança e a saúde nos ambientes de trabalho e o cumprimento das leis trabalhistas em todas as empresas do país”, atesta a equipe que fez a fiscalização.

Jornadas prolongadas eram comuns no abate, bucharia, triparia e desossa (Imagem: Sinait)
Jornadas prolongadas eram comuns no abate, bucharia, triparia e desossa (Imagem: Sinait)

De acordo com os Auditores-Fiscais, em atividades repetitivas, intensas e insalubres, como no caso dos frigoríficos, a exigência frequente de jornadas acima do limite legal pode configurar a prática de jornadas exaustivas de trabalho, uma das modalidades da prática do crime de submissão de trabalhadores a condições análogas às de escravo.

O auditor disse à Reuters que a fábrica permaneceu fechada durante o fim de semana e foi autorizada a reabrir na segunda-feira, depois que a empresa apresentou um plano para adequar as condições de trabalho. Os auditores verificarão o cumprimento do plano semanalmente, disse ele.

A JBS disse que “as atividades na unidade não foram interrompidas e prosseguem normalmente”.

Segundo o Ministério da Agricultura, a fábrica de Senador Canedo (GO) da JBS está autorizada a exportar carne bovina para Egito, México, Cingapura e China, entre outros.

A instalação pode processar mais de 80 vacas por hora e tem mais de 20 toneladas de capacidade de armazenamento.

Mendes disse que a unidade emprega cerca de 970 pessoas.

(Com Reuters)

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