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Galípolo: “É lógico supor que precisará de juro mais contracionista”

"O BC é o cara chato da festa, de diminuir o som quando as coisas parecem estar indo bem", disse o novo presidente do BC

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central no ano que vem, Gabriel Galípolo, voltou a repetir que a autarquia segue firme na persecução da meta de inflação de 3%, “ainda que possa parecer estranho para muita gente”, pontua o diretor.

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Galípolo reconhece que a economia doméstica vai bem, com crescimento surpreendendo para cima e a taxa de desemprego em nível baixo – e é justamente por isso que o BC entende que é preciso subir juros, afirma.

“O BC é o cara chato da festa, de diminuir o som quando as coisas parecem estar indo bem. Mas isso acontece para desacelerar e as coisas não saírem do controle”, disse o diretor, no evento Esfera Brasil, promovido pelo Esfera Recebe, em São Paulo.

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O futuro presidente do BC ainda avalia que é um tema complexo explicar a resiliência maior da economia com juros mais altos. “É um tema para essa geração enfrentar”, frisou.

“No caso do Brasil, enfrentar isso não tem bala de prata, envolve analisar todos os tipos de dissonâncias que existem para o que são as melhores práticas globais, seja do ponto de vista de políticas públicas no âmbito fiscal, seja no âmbito da taxa de juros, no tema da desindexação, por exemplo”, detalhou.

Galípolo ainda pontuou que um elemento que não tem mitigação a juros mais altos é o Tesouro, e lembrou que a taxa fixada pelo Tesouro não é a mesma fixada pelo BC.

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“Este convívio com taxa de juros mais alta se faz sentir, sim, em um peso maior sobre o Tesouro”, disse. “E eu acho que deveria ser um debate que não envolve só a atribuição do Banco Central, mas também de como a gente consegue normalizar as políticas econômicas no Brasil e conseguir aproximá-las do que são as melhores práticas internacionais, para que a gente possa ter mais potência e poder ter o mesmo efeito sem precisar dar uma dose tão alta”, complementou.

‘Juro em nível mais contracionista’

Galípolo reforçou nesta quinta, 28, que, pelos indicadores, é lógico supor que a taxa de juro precisará de um juro em nível mais contracionista.

“Pelos indicadores, é lógico supor que precisará de juro em nível mais contracionista”, disse o diretor durante evento do Grupo Esfera. Mas, de acordo com Galípolo, o BC segue firme no objetivo de perseguir a meta de inflação.

“Isso pode se dar em doses diferentes, por mais custos, por menos custos, mas esse é um mandato do Banco Central em que a gente segue firme, recebe esse objetivo de perseguição da meta. Ainda que seja, muitas vezes, por um motivo que, para muita gente, pode ser estranho”, disse Galípolo, acrescentando que o BC está achando que precisa subir juros.

(Com Estadão Conteúdo)

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