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General acusado por bolsonaristas afirma: ‘Defendi a democracia’

As ameaças começaram como tentativa de pressão para que aderisse ao golpe e, após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

por Redação Dinheirama
Valério Stumpf Trindade

O general Valério Stumpf Trindade, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, acusado por militares radicais e por parte da militância bolsonarista de ser um “informante” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se defendeu das acusações de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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“Fui vítima de ataques por cumprir a minha obrigação”, declarou Stumpf, em entrevista ao Metrópoles nesta quinta-feira, 5 “Defendi a democracia em tempos complexos. Tenho orgulho de ter agido de forma leal ao comandante do Exército e ao Exército Brasileiro.”

Segundo a Polícia Federal (PF), Stumpf foi alvo de campanhas coordenadas nas redes sociais, que incluíram ataques à sua família.

Publicações o chamaram de “traidor da Pátria” e “melancia” – termo usado pejorativamente para descrever militares supostamente comunistas, em razão da cor verde por fora e vermelha por dentro.

As ameaças começaram como tentativa de pressão para que aderisse ao golpe e, após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), transformaram-se em acusações por permitir a transição de poder.

Trocas de mensagens entre os coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto e Fabrício Moreira de Bastos, obtidas pela PF, revelaram o envio de fotos de generais contrários ao golpe. Stumpf era um deles.

As imagens foram compartilhadas com mensagens incitando ações contra esses oficiais. “Dos dezenove generais, estes cinco c@nalh@s não aceitam a proposta do povo”, dizia um post reproduzido pela milícia digital bolsonarista. “Repasse para ficarem famosos. Todos melancias, verdes por fora, vermelhos por dentro”.

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Stumpf também foi acusado de ser “informante” do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele rebateu a narrativa: “Por ser chefe do Estado-Maior à época, eu tinha contato com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), então presidido pelo ministro (Alexandre de Moraes)”. Segundo Stumpf, o contato era institucional, para reforçar a segurança e a transparência das urnas eletrônicas.

Entre as medidas defendidas pelo Exército estavam os testes de integridade das urnas com biometria, implementados pelo TSE.

A proposta fazia parte de esforços para fortalecer a credibilidade do sistema eleitoral. “Aí algumas pessoas que não sabiam de nada distorceram tudo”, afirma.

Stumpf, atualmente na reserva e à frente da Poupex, reiterou seu papel como defensor da democracia: “Tudo o que fiz foi com o conhecimento do Alto-Comando, alinhado com o então comandante general Freire Gomes. Existe uma lealdade muito forte no Alto Comando”.

O Alto Comando do Exército expressou descontentamento com as campanhas de difamação, classificando-as como um ataque ao próprio Exército. “Estabilidade institucional e impossibilidade de ruptura democrática sempre foram prioridades”, concluiu Stumpf.

De acordo com a investigação, a articulação para o golpe começou antes mesmo do segundo turno das eleições. Entre os envolvidos, militares radicais teriam incitado adesão por meio de campanhas de desinformação e pressão dentro das Forças Armadas.

A PF indiciou 37 pessoas, incluindo Jair Bolsonaro, por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

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(Com Estadão Conteúdo)

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