Uma pesquisa divulgada pelo BTG Pactual nesta sexta-feira (31) apontou um cenário de cauteloso otimismo entre gestores de investimentos para o início de 2025, com mudanças significativas nas estratégias de alocação e preocupações macroeconômicas. O levantamento, realizado durante os “Top-Down Bottom-Up Presentations” do banco, destaca tendências como o aumento de exposição a ações, preferência por setores defensivos e atenção aos riscos fiscais.
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Em dezembro de 2024, 60% dos gestores consideravam o mercado brasileiro “subvalorizado”, enquanto 22% viam o índice justamente valorizado. Já em janeiro de 2025, o cenário se ajustou: 57% mantiveram a visão subvalorizado, mas 18% passaram a enxergá-lo justamente valorizado, sinalizando oportunidades pontuais.
A mudança reflete-se nas estratégias: o percentual de gestores que planejam “aumentar posições” subiu de 28% em dezembro para 36% em janeiro, enquanto os que pretendem “reduzir exposição” caíram de 26% para 17%.
Ibovespa e dólar
Para o Ibovespa (IBOV), a maioria dos gestores (79%) projeta o índice entre 120 e 140 mil pontos em janeiro de 2025, consolidando expectativas de alta.
No câmbio, 40% apostam no dólar (USDBRL) entre R$ 5,90 e R$ 6,10 e 20% acima dos R$ 6,10. Outros 31% projetam a moeda entre R$ 5,70 e R$ 5,90.
O que comprar?
O setor de utilities (serviços públicos) emergiu como favorito para apostas longas, com 37% dos gestores priorizando o segmento em janeiro de 2025, possivelmente devido à busca por ativos defensivos em meio à incerteza fiscal. No lado oposto, o varejo lidera as apostas “short”, com 39% das posições vendidas, sinalizando preocupação com consumo e endividamento.
Os fluxos de recursos mostraram melhora: em janeiro de 2025, 6% dos gestores relataram “entradas moderadas” em fundos, contra 7% em dezembro. As saídas aceleradas, contudo, saltaram de 16% para 25%.
Entre os “nomes não consensos”, empresas como Tenda (TEND3), com 22%, Cosan (CSAN3), com 17%. Outras ações são citadas, como: Ecorodovias (ECOR3), Serena (SRNA3) e Magazine Luiza (MGLU3).
Riscos
A “perspectiva fiscal” foi citada por 60% dos entrevistados como o maior tema macroeconômico para o Brasil, seguida pelo “próximo ciclo político em 2026” (28%).