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Gol e Vibra concluem primeira transação “book-and-claim”

O sistema "book-and-claim" permite que as companhias aéreas compensem emissões de poluentes através da compra de créditos provenientes da utilização de SAF por outras empresas do setor

por Reuters
GOL

A companhia aérea Gol (GOLL4) e a distribuidora de combustíveis Vibra (VBBR3) concluíram o primeiro acordo “book-and-claim” da América Latina para compensar emissões de carbono por meio de combustível de aviação sustentável (SAF) na América Latina, disseram executivos.

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O sistema “book-and-claim” permite que as companhias aéreas compensem emissões de poluentes através da compra de créditos provenientes da utilização de SAF por outras empresas do setor, e é visto como uma forma de ajudá-las a reduzir pegadas de carbono enquanto o SAF ainda não está amplamente disponível.

O “book-and-claim” ajuda a reduzir a complexidade logística e operacional relacionada ao uso de SAF, diminuindo também custos como os com transporte de combustíveis, disse o vice-presidente comercial B2B da Vibra, Juliano Prado.

“É como se nós estivéssemos abrindo um mercado sem fronteiras para o SAF, mas de uma forma muito controlada, evitando duplicidade (na compensação).” 

A indústria da aviação tem o objetivo de atingir zero emissões líquidas de carbono até 2050 e embora se espere que o SAF seja responsável por 64% destes esforços atualmente o produto representa apenas 0,2% do uso global de combustível de aviação.

O acordo entre Gol e Vibra resultou de um projeto piloto para analisar como funcionaria o “book-and-claim” no Brasil, onde as companhias aéreas ainda não são obrigadas a usar SAF ou reduzir emissões – algo que deve acontecer apenas a partir de 2027. A

transação foi pequena, na qual a Vibra forneceu combustível de aviação tradicional para a Gol, cujas emissões de 180 toneladas de CO2 foram compensadas pelo uso de SAF à base de óleo de cozinha fornecido pela SkyNRG ao Aeroporto Schiphol, em Amsterdã.

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As aeronaves abastecidas com esse SAF não utilizaram os créditos de carbono originários, que por sua vez foram vendidos à Gol. “A ideia era muito mais a gente entender como funcionava todo o processo do que qualquer outra coisa”, disse Eduardo Calderon, diretor do centro de controle de operações da Gol, lembrando que foram compensadas o equivalente às emissões de 10 voos entre Rio de Janeiro e São Paulo.

A aviação, uma indústria intensiva em carbono, é responsável por cerca de 2,5% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa.

Os críticos dos mercados de compensação de carbono, incluindo o Greenpeace, dizem que eles permitem que os emissores continuem a libertar gases estufa.

Calderon disse que as empresas agora apresentarão os resultados às autoridades para que possam discutir maneiras de eventualmente implementarem um projeto “mais sólido, mais abrangente” de “book-and-claim” no Brasil. “Hoje, a gente não tem nada no radar para fazer outro ‘book-and-claim’ num curto período de tempo”, disse Calderón. Mas “sem dúvida”, acrescentou ele, o sistema será importante para as companhias aéreas compensarem as emissões quando forem obrigadas a fazê-lo.

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