Topo Desktop MBA Buffett
Home Comprar ou VenderAções Goldman muda o jogo: Ultrapar (UGPA3) em alta e Vibra (VBBR3) em alerta

Goldman muda o jogo: Ultrapar (UGPA3) em alta e Vibra (VBBR3) em alerta

Banco reajusta recomendações no setor de combustíveis, destacando oportunidades na dona dos postos Ipiranga e riscos para a administradora dos postos BR

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Ultrapar Ipiranga

O mercado de distribuição de combustíveis no Brasil acaba de ganhar novos contornos após o Goldman Sachs realizar mudanças estratégicas em suas classificações para as principais empresas do setor. A Ultrapar (UGPA3) foi elevada para “Compra”, enquanto a Vibra Energia (VBBR3) foi rebaixada para “Neutra”. Essas decisões refletem avaliações detalhadas sobre as perspectivas das duas companhias em meio a tendências de médio prazo saudáveis, mas com desafios de curto prazo significativos.

<<< Quer começar a estudar finanças com o pé direito? Clique aqui >>>

Segundo o relatório do banco, “há tendências saudáveis de médio prazo no mercado de distribuição de combustíveis no Brasil, com alguns riscos de curto prazo”. O Goldman projeta margens ajustadas de Ebitda/m³ de R$ 145/m³ para a Ipiranga (subsidiária da Ultrapar) e R$ 159/m³ para a Vibra em 2025. No entanto, alerta que “o principal risco de baixa no futuro próximo está relacionado a uma eventual aceleração na já intensa competição dos importadores de combustíveis”.

Ultrapar: Crescimento e governança

A decisão de elevar a Ultrapar para “Compra” baseia-se em sua posição mais sólida em um cenário de aumento das taxas de juros no Brasil. Com um balanço mais leve, a empresa pode se beneficiar de oportunidades de fusões e aquisições (M&A), especialmente em um ambiente macroeconômico desafiador. “Historicamente, um ambiente macro difícil geralmente oferece boas oportunidades para M&A”, destaca o relatório.

Além disso, a Ultrapar apresenta atrativos em termos de remuneração aos acionistas. O Goldman Sachs estima retornos ao acionista (dividendos + recompra de ações) de 7% e 9% para 2025 e 2026, respectivamente, mantendo a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) abaixo de 1,5x. Esse desempenho supera a projeção de dividend yield de 5% da Vibra nos mesmos anos.

Outro ponto destacado é o novo modelo de governança da Ultrapar, que atribui a cada subsidiária seu próprio conselho de administração.

“Vemos méritos no novo modelo de governança da UGPA, pois pode aumentar a agilidade e posicionar a holding como um investidor estratégico”, afirma o relatório. Essa mudança pode fortalecer ainda mais a posição competitiva da empresa no longo prazo.

Do ponto de vista de avaliação, as ações da Ultrapar parecem atrativas. Com múltiplos de P/E projetados de 10,3x e 8,3x para 2025 e 2026, respectivamente, os números estão abaixo da média histórica da empresa, de cerca de 14x, o que pode refletir o ambiente de maior custo de capital atual.

Vibra
(Imagem: Gustavo Kahil)

Vibra: Desafios operacionais e financeiros pesam

Por outro lado, a Vibra Energia enfrenta desafios que justificam sua nova classificação de “Neutra”. O Goldman Sachs espera revisões adicionais para baixo nas estimativas de 2025, já que o consenso de mercado ainda não incorporou totalmente o impacto das crescentes taxas de juros e os efeitos negativos da recente aquisição da Comerc Energia. “Estamos cerca de 27% abaixo do consenso Bloomberg no nível de lucro líquido”, aponta o relatório.

A incorporação da Comerc, concluída em 16 de janeiro de 2025, também traz preocupações. O banco estima que a transação gerará prejuízos consolidados para a Vibra em 2025, além de aumentar os gastos financeiros decorrentes da dívida assumida para adquirir os 50% restantes da Comerc. Com uma alavancagem projetada acima de 2x até o final deste ano – contra apenas 1,2x da Ultrapar –, a capacidade da Vibra de remunerar acionistas e investir em crescimento será limitada.

Embora a Vibra tenha uma avaliação razoável, com múltiplos de P/E de 10,4x e 8,1x para 2025 e 2026, respectivamente, o Goldman Sachs ressalta que “o setor de distribuição de combustíveis é um setor com oportunidades de crescimento limitadas”. Diante disso, a falta de espaço para aumentar os dividendos pode reduzir o apelo das ações para os investidores.

Desde que as ações da Vibra foram adicionadas à lista de recomendações de compra do Goldman em outubro de 2019, elas acumularam uma queda de aproximadamente 35%. Mesmo ajustando-se pelos dividendos, a perda ainda chega a 10%, enquanto o índice Ibovespa avançou cerca de 24% no mesmo período.

Dinheirama

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.

© 2024 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.