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Seu Bolso em 2015: Governo Dilma Ajusta os Impostos

por Alvaro Bandeira
3 min leitura
Seu Bolso em 2015: Governo Dilma Ajusta os Impostos

O Ministro da Fazenda Joaquim Levy cumpriu parte do prometido em suas declarações quando da indicação e depois de sua posse. Levy promoveu aumento de impostos e alguma harmonização. Foi eficiente nas medidas, pois elas não dependem de aprovação do Congresso Nacional e não vão precisar testar a reação da base de apoio da presidente Dilma Rousseff. Além disso, pega todos um pouco: a classe industrial, a classe média e também os trabalhadores pela mexida no seguro desemprego e outras.

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No dia 19/01 o governo anunciou quatro medidas que de certa forma foram um anticlímax já que eram francamente esperadas. Fez a equiparação do IPI de cosméticos entre atacadistas e industriais e ajustou o PIS e COFINS dos importados com aumento da alíquota em 2,5% (de 9,25% para 11,75%). Para a classe média reservou aumento de IOF para o dobro (de 1,5% para 3,0%) e de quebra ainda manteve 0,38% de custo por operação.

Outra situação que já vinha sendo falada se refere à alteração das alíquotas sobre combustíveis. Alterou PIS e COFINS e retornou com a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), já que as quedas do petróleo no mercado internacional permitem o retorno. Como a CIDE só pode ser cobrada 90 dias após, Levy prometeu que reduzirá PIS e COFINS na mesma proporção quando a CIDE puder ser cobrada. Foi mais além dizendo que quem cuida dos preços dos derivados é a Petrobras, quebrando “norma” do governo Dilma 1.0.

Com essa tributação, Joaquim Levy estimou que os preços podem ter majoração de R$ 0,22 por litro de gasolina e o diesel pode subir R$ 0,15. Mesmo considerando o momento propício para isso, todos estão reformulando suas expectativas de inflação para 2015, já havendo quem projete taxa ao redor de 7,0%.

Com tudo o que já foi feito desde a posse da área econômica, já é possível estimar algo como R$ 43 bilhões para compor o superávit primário. A isso ainda podemos agregar o veto da presidente Dilma para reajuste da tabela de imposto de renda, com benefício estimado de R$ 7,0 bilhões, caso o reajuste fique mesmo nos tais 4,5%. Convém lembrar que a inflação oficial de 2014 foi de 6,41%, e reajustes menores que a inflação foram feitos em todos os últimos quatro anos. Com isso, mais trabalhadores contribuirão para o imposto na fonte.

Sobre as medidas podemos argumentar que o Brasil, que já era fechado ao comércio transnacional, se fechou ainda mais protegendo sua indústria ao invés de buscar produtividade. As pessoas físicas foram oneradas por empréstimos encarecidos e maior carga tributária sobre salários. O alongamento do prazo para pedido de auxílio desemprego também pega os trabalhadores num momento em que a taxa de desemprego deve voltar a subir (já está subindo) e o crédito ficou mais caro até pelo aumento da taxa de juros.

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Quase tudo que foi feito foi pelo lado de ampliação da receita, exatamente numa época em que os gastos são questionados e os desvios da corrupção parecem enormes. Exigir maior esforço de todos em prol do governo parece um contrassenso, mas é necessário. Ficam faltando os cortes de despesas e note que não estamos falando em reduções ou extinção de desonerações. A tesoura de Levy deve passar por lá, e aí é que vamos ver se “a vaca vai tossir”, como disse a presidente.

Joaquim Levy cumpriu parte do prometido em suas declarações quando da indicação e depois de sua posse. Levy promoveu aumento de impostos e alguma harmonização. Foi eficiente nas medidas, pois elas não depende de aprovação do Congresso Nacional e não vão precisar testar a reação da base de apoio da presidente Dilma. Além disso, pega todos um pouco. A classe industrial, a classe média e também os trabalhadores pela mexida no seguro desemprego e outras.

A nova equipe econômica ainda não foi efetivamente testada pelo fogo amigo e pela oposição, apesar de algumas vozes contrárias terem se levantado. É por isso que seguimos recomendando prudência em seus investimentos, optando por produtos mais conservadores, como as letras de crédito (LCI e LCA), que estão na iminência de perder a isenção de imposto de renda e os fundos de renda fixa DI .

Deixo aqui meu convite para você conhecer a página que preparei com  a Sandra Blanco, consultora de investimentos, sobre os destaques em 2014 nos mercados e investimentos e o que esperar para 2015. Aviso também que em breve lançaremos gratuitamente o eBook Cenários e Investimentos para 2015. Lá na página você já pode se cadastrar para ser avisado em primeira mão assim que o eBook tiver disponível para download. Até a próxima!

Nota: Esta coluna é mantida pela Órama, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.

Foto: gary yim / Shutterstock.com

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