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Governo Lula adia ‘pacote de maldades’ para após as eleições

Haddad e Tebet trabalham para apresentar o plano de corte de gastos para Lula após o segundo turno das eleições municipais

por Gustavo Kahil
Simone Tebet, ministra do Planejamento do governo Lula

Em meio à pressão do mercado financeiro por cortes de despesas, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça, 15, que chegou a hora de “levar a sério” a revisão estrutural de gastos, com um tipo de ‘pacote de maldades’ reservado apenas para após as eleições, onde o PT e partidos do governo não tiveram um bom desempenho.

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Tebet garantiu que as regras do arcabouço fiscal serão mantidas, mas avaliou não ser mais viável promover um ajuste nas contas públicas apenas pela ótica da receita. A declaração foi dada a jornalistas após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“O Brasil já fez o dever de casa, o governo, o Congresso, do lado da receita. Não é possível mais apenas sob a ótica da receita resolver o problema fiscal no Brasil. Nós temos o arcabouço que está de pé e vai se manter de pé. Não há nenhuma sinalização de fazer qualquer tipo de alteração. Consequentemente, é preciso que o Brasil caiba dentro do Orçamento brasileiro, dentro desse arcabouço”, disse ele.

Apesar disso, ela voltou a dizer que, nesta agenda, alguns debates continuam interditados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a mudança na política de valorização do salário mínimo.

“Salário mínimo valorizado, isso não se discute. Vai haver sempre a valorização do salário mínimo. Portanto, salário mínimo crescendo acima da inflação. A aposentadoria acompanhando a valorização do salário mínimo. E as demais questões estão na mesa”, disse ela, sem citar que questões são essas nem o total de economia projetado pela equipe econômica.

Tebet disse que o governo continuará atuando no combate às fraudes em políticas públicas, mas acrescentou que é preciso avançar em uma agenda mais estrutural. “Política pública ineficiente não é justiça social. Política pública ineficiente é colocar dinheiro do povo, dinheiro público, em políticas que não chegam aos que mais precisam”, avaliou. Segundo ela, a política pública, tendo sua revisão autorizada, poderia abrir espaço fiscal de até R$ 20 bilhões no Orçamento.

Conversa de Tebet com Lula

A ministra afirmou que a intenção da equipe econômica é levar uma agenda de revisão de gastos a Lula após o segundo turno das eleições municipais. Posteriormente, o governo discutiria o “máximo de medidas possível” no Congresso Nacional ainda neste ano.

“Nós temos de trabalhar com a política brasileira, nós temos de trabalhar com o diálogo com o Congresso Nacional. Então, a ideia é colocar o máximo possível de medidas ainda neste ano, dentro daquilo que a gente saiba que é possível votar, ou começar a discussão e terminar no primeiro semestre do ano que vem, para depois ter um segundo pacote de medidas estruturais.”

A ministra explicou que a equipe econômica já realizou um primeiro filtro nas medidas de gastos apresentadas pelos técnicos, retirando as propostas que geraram discordância e fazendo um “ajuste fino” naquelas que precisam de alterações. “Agora, tanto o ministro Haddad quanto eu já autorizamos a equipe econômica a colocar os textos legais dentro das medidas que foram aprovadas por nós.”

Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Imagem: Diogo Zacarias/ MF)

Haddad e banqueiros

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa da reunião promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e banqueiros na manhã desta quarta-feira, 16. Como a Coluna do Estadão mostrou, devem ser discutidos a conjuntura e a agenda econômica do governo e temas como acesso ao crédito e regulamentação das bets.

Estarão no Planalto o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney e o presidente do Conselho da Febraban, Luiz Trabuco. Também são esperados os presidentes do Bradesco, Marcelo Noronha; Itaú Unibanco, Milton Maluhy; Santander, Mário Leão; Banco Safra, Alberto Monteiro; e do Conselho de Administração do BTG Pactual, André Esteves.

No final da tarde, às 17h, Haddad recebe o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. No encontro – que também contará com a presença do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e equipe da Fazenda e do MDA, além de integrantes do Banco o Brasil e Incra.

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