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GPA tem prejuízo de R$ 407 mi no 1º tri, mas Ebitda e receita crescem

Sobre o segundo trimestre, Pimentel afirmou que o GPA experimentou uma "ressaca" na primeira quinzena de abril

por Reuters
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O GPA (PCAR3) encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido das operações continuadas de 407 milhões de reais, acima da perda de 319 milhões de reais um ano antes, afetado pela adesão ao programa de quitação de débitos de ICMS com o Estado de São Paulo e impairment após a venda da sede administrativa.

A rede de varejo alimentar, dona da bandeira Pão de Açúcar, também citou menor reconhecimento de créditos fiscais no Imposto de Renda e CSLL relacionados ao prejuízo fiscal acumulado. Excluindo esses itens, o resultado negativo seria de 197 milhões de reais, contra perda de 304 milhões de reais na base anual.

O GPA reportou que a partir do primeiro trimestre de 2024 as atividades dos postos de combustíveis passaram a ser tratadas contabilmente como operação descontinuada, uma vez que estão classificados como disponível para venda.

“O motivo de fazer essa segregação é exatamente porque nós já anunciamos que essa é uma operação que não vai fazer parte do nosso futuro, portanto, a gente segrega essa operação como descontinuada, disponível para venda”, explicou o diretor-presidente do GPA, Marcelo Pimentel.

Ele afirmou em entrevista à Reuters que a companhia continua avançando em negociações para poder realizar a venda, mas que ainda não teve um desfecho. “No momento em que isso acontecer, vamos comunicar ao mercado”, disse o CEO.

No consolidado, que contabiliza as operações continuadas e descontinuadas, a companhia teve prejuízo de 660 milhões de reais, ante perda de 248 milhões de reais um ano antes.

O resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado, porém, saltou 71,1%, para 372 milhões de reais, com a margem aumentando de 5,2% para 8,1%.

GPA Brasil teve um aumento de 41,4% no Ebitda ajustado, para 372 milhões de reais, com a margem passando de 6,3 para 8,1% entre os períodos.

A receita bruta cresceu 8,2%, para 4,867 bilhões de reais, com aumento de 10,3% nas vendas da bandeira Pão de Açúcar e de 22,8% no formato proximidade. A operação de e-commerce teve um incremento de 25,1%. No período, a margem bruta teve um acréscimo de 1,5 ponto percentual, a 27,2%.

As vendas em mesmas lojas da rede, que tem quase 70% do negócios direcionado para o cliente premium, mostraram elevação de 8,1% no primeiro trimestre, com expansão de 9,3% da bandeira Pão de Açúcar.

(Imagem: Reprodução/Facebook/Pão de Açúcar)
(Imagem: Reprodução/Facebook/Pão de Açúcar)

A receita líquida aumentou 10,3%, enquanto as despesas com vendas, gerais e administrativas aumentaram 9,2%.

Sobre o segundo trimestre, Pimentel afirmou que o GPA experimentou uma “ressaca” na primeira quinzena de abril, após eventos como o Carnaval e a Páscoa se concentrarem nos primeiros três meses do ano. “Mas desde então a empresa está vendo uma recuperação e começamos bem em maio”, adiantou.

Estrutura de Capital

A performance operacional foi acompanhada de melhoria da estrutura de capital, com eventos iniciados em 2023 que envolvem desde a venda de ativos não core, passando por um follow-on que culminou uma nova estrutura societária até o encaminhamento definitivo de questões como o tema de contingências.

Pimentel reforçou que os recursos que estão entrando estão sendo direcionados para pagamento de dívidas, reduzindo principalmente aquelas mais caras para o GPA ficar em uma posição cada vez melhor de investir no negócio.

Ele destacou que a rede de postos será o “último ativo” relevante a ser vendido.

A dívida líquida, incluindo o saldo de recebíveis não antecipados, somou 1,606 bilhão de reais, de 3,013 bilhões um ano antes.

A alavancagem financeira medida pela dívida líquida dividida pelo Ebitda ajustado do GPA Brasil pré-IFRS 16, que inclui as despesas de aluguéis, passou de 9,8 para 3,0 vezes.

De acordo com o diretor financeiro do GPA, Rafael Russowsky, esse comportamento no nível de endividamento reflete o movimento de vendas de ativos, melhora e reequilíbrio e recalibragem da estrutura de capital, mas também uma melhoria operacional “muito significativa”.

O CFO não abriu a sua meta de alavancagem para o final do ano, mas afirmou que “gostaria de reduzir isso bastante ainda” e acrescentou que, para um negócio como o do GPA, vê como “algo razoável” algo próximo de 1 a 1,5 vez. “Eu não gostaria de ter um negócio com uma alavancagem superior a 1,5 vez.”

(Imagem: Reprodução/Facebook/Pão de Açúcar)
(Imagem: Reprodução/Facebook/Pão de Açúcar)

“Esses números… nos colocam cada vez mais próximos de realmente terminar essa fase de ‘turnaround’ na companhia para viver um novo momento, olhando o crescimento, melhorando os investimentos que temos no pátio de loja e em serviços para os nossos clientes”, reforçou o CEO do GPA. “A empresa está melhorando como um todo.”

Minuto

No primeiro trimestre, o investimento ajustado para as operações de “built to suit” (capex ajustado) totalizou 157 milhões de reais, principalmente em reformas, conversões e manutenção.

Pimentel afirmou que o GPA já se sinalizou que o montante absoluto empregado em investimentos será menor neste ano em relação a 2022 e 2023, em parte pela estratégia de adequação de custo da estrutura de capital, mas também porque não terá que repetir investimentos de transformação de loja do passado.

“Dito isso, nós estamos flexíveis no contexto da assertividade de expansão do Minuto na cidade de São Paulo”, afirmou, referindo-se à bandeira do segmento de proximidade premium da companhia.

Pão de Açúcar
(Imagem: Pão de Açúcar/ Facebook)

“Quando encontramos os pontos certos, isso não está sendo uma restrição. Mas, por outro lado, não queremos abrir lojas só para fazer número, a gente quer abrir lojas certas e é isso que tem dado a segurança para a gente continuar nesse modelo de expansão”, afirmou.

No primeiro trimestre, o GPA inaugurou nove lojas, sendo sete do Minuto Pão de Açúcar e duas do Mini Extra. Nos últimos 12 meses, acumulou 64 novas lojas, sendo 61 no formato proximidade — 53 do Minuto Pão de Açúcar e 8 do Mini Extra — e três do Pão de Açúcar.

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