Os israelenses reduziram drasticamente gastos, viagens e investimentos no final de 2023, com a guerra de Israel contra os militantes palestinos do Hamas em Gaza causando um grande impacto na economia, segundo dados divulgados nesta segunda-feira.
A guerra interrompeu o crescimento econômico, especialmente com a convocação maciça de reservistas e dezenas de milhares de pessoas deslocadas das cidades fronteiriças próximas a Gaza e ao Líbano devido aos constantes ataques com foguetes do Hamas e do Hezbollah.
A economia de 500 bilhões de dólares sofreu uma contração de 19,4% no quarto trimestre em dado anualizado na comparação com os três meses anteriores, informou o Escritório Central de Estatísticas em uma estimativa inicial do produto interno bruto (PIB). A contração anunciada foi o dobro da expectativa apontada em um consenso apurado pela Reuters.
Ainda assim, 2023 como um todo terminou com crescimento positivo.
“A contração da economia no quarto trimestre de 2023 foi diretamente afetada pela eclosão da Guerra das Espadas de Ferro em 7 de outubro”, disse o órgão de estatísticas.
Durante todo o ano de 2023, a economia israelense cresceu 2,0%, em comparação com 6,5% em 2022, mas acima da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 1,7%. Entretanto, o PIB per capita caiu 0,1% no ano passado, ante média da OCDE de crescimento de 1,2%.
Até o ataque transfronteiriço do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, a economia de Israel estava no caminho para um crescimento de cerca de 3,5% em 2023. Mas outubro foi um mês particularmente difícil, com a maioria dos israelenses — muitos dos quais conheciam as pessoas mortas ou sequestradas no ataque — sem disposição para fazer compras, enquanto os cinemas e outras formas de entretenimento ficaram praticamente fechados, embora agora estejam abertos.
Dependendo da duração do conflito e de sua expansão para outras frentes, espera-se que a economia cresça até 2% em 2024. O banco central e outros esperam uma forte recuperação econômica em 2025, com base na opinião de que a economia de Israel é fundamentalmente sólida, liderada pelo setor de alta tecnologia, e demonstrou resiliência após conflitos anteriores.