O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que parece que o conflito entre Israel e o grupo militante Hamas “não tem fim” e que as forças israelenses desejam ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos, afirmando que isso não seria correto.
“É preciso que a ONU (Organização das Nações Unidas) convoque alguma coisa especial porque essa guerra do jeito que vai não tem fim. Eu estou percebendo que Israel parece que quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá”, disse Lula durante live em suas redes sociais.
O presidente ainda disse que a atitude de Israel ao atingir crianças e mulheres com seus ataques retaliatórios em Gaza é equivalente a terrorismo e que é necessário garantir a criação de um Estado palestino para que as pessoas da região possam viver em paz.
Lula também voltou a tecer críticas ao funcionamento da ONU, defendendo que a entidade “precisa mudar” porque “não vale mais nada em 2023”. Ele reiterou que o Brasil continuará buscando uma solução pacífica para o conflito em Gaza e que considera “inadmissível” ainda não haver uma resolução de paz.
“O Brasil vai continuar brigando pela paz. É inadmissível que a gente não tenha encontrado uma solução”, afirmou Lula.
Na noite de segunda-feira, Lula esteve na Base Aérea de Brasília para acompanhar a chegada dos 32 repatriados brasileiros que aguardaram por semanas sua liberação na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito.
Na live, Lula descreveu o momento como uma “noite inusitada” e afirmou que o governo seguirá realizando esforços para resgatar familiares dos repatriados e outros brasileiros que desejem sair do enclave. Ele disse que os civis em Gaza estão passando por uma “guerra insana”.
“Coisas como essa faz com que a gente fique muito sensível. Nós agora temos a responsabilidade de ficar procurando mais brasileiros que estão lá”, disse.
Autoridades médicas em Gaza, administrada pelo Hamas, afirmam que mais de 11.000 pessoas foram confirmadas como mortas em decorrência da retaliação israelense na região, cerca de 40% delas crianças, e várias outras estão presas sob escombros.
No ataque de 7 de outubro que deflagrou o conflito, militantes do Hamas deixaram 1.200 pessoas mortas e levaram 240 reféns para o enclave, no dia mais mortal dos 75 anos de história de Israel.