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Guidance maior em provisões do BB será amortecido por margem financeira, diz CFO

No segundo trimestre, a margem financeira com mercado saltou 100,7% ano a ano e 4,4% na comparação trimestral, para quase 5,7 bilhões de reais

por Reuters
3 min leitura
Agência do Banco do Brasil

O vice-presidente de Gestão Financeira do Banco do Brasil (BBAS3), Geovanne Tobias, afirmou que o aumento na estimativa para as provisões de crédito de liquidação duvidosa (PCLD) do banco decorre de um agravamento de risco nas carteiras de micro e pequenas empresas e agronegócio no primeiro semestre.

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“Em função disso… estamos ajustando o guidance”, afirmou o executivo em videoconferência com jornalistas após o banco divulgar balanço na véspera, quando também anunciou revisão no prognóstico de PCLD de entre 27 bilhões e 30 bilhões de reais para 31 bilhões a 34 bilhões de reais.

No primeiro semestre, essa linha do balanço somou 16,3 bilhões de reais, de 13 bilhões de reais um ano antes.

Tobias ressaltou, contudo, que esse crescimento nas provisões será amortecido pela expansão da margem financeira do banco, que também teve a faixa estimada para 2024 revisada, com o BB calculando agora um crescimento entre 10% e 13%, contra estimativa anterior de alta entre 7% e 11%.

“Isso que nos dá a certeza de manter o guidance de lucro estável”, afirmou. O BB projeta um lucro líquido ajustado entre 37 bilhões e 40 bilhões de reais para 2024.

O vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince, afirmou que a revisão nas estimativas de provisões não afeta dividendos do banco. “O impacto em dividendo não muda, tanto é que a gente tem mantido o nosso guidance para rentabilidade”, reforçou.

Tobias acrescentou que, mesmo com o volume de provisão feito pelo banco, o BB está entregando um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 21,7% no primeiro semestre. “Se eu tivesse sido menos cauteloso, tivesse feito menos provisão, eu estaria entregando ROEs até maiores”, afirmou.

Finclass

Ele não especificou um guidance para ROE no ano, mas afirmou que o banco acredita que irá manter o patamar visto nos últimos três anos, acrescentando que vê um segundo semestre desafiador, mas que não tem qualquer perspectiva de um desarranjo na toada dos negócios do BB na segunda metade do ano.

“Não teria porquê ser diferente, teria que acontecer algo muito drástico a nível mundial e impactar no Brasil para que, eventualmente, todas essas projeções se desequilibrassem”, afirmou.

Inadimplência

Os executivos buscaram minimizar o aumento a inadimplência, principalmente na carteira de pessoa jurídica e no agronegócio, afirmando que seguemem patamares controlados. No caso da pessoa jurídica, o índice passou de 3,19% para 3,38% entre o primeiro e o segundo trimestre. No agronegócio, subiu de 1,19% para 1,32%.

De acordo com Prince, a carteira de pessoas jurídicas está um “pouco nervosa”, até pelo ambiente e o período prolongado de taxa de juros elevado, mas a tendência é que ela se reduza, e, consequentemente, caia o volume de geração de provisões.

Tobias reforçou que o avanço da inadimplência nessa carteira reflete principalmente o comportamento de micro e pequenas empresas, mas que é um movimento que está “controlado”.

No caso do agronegócio, Prince afirmou que, entre outros fatores, o segundo trimestre tem alguns componentes sazonais que afetam a inalimplência e a provisão, mas que, além de um trabalho forte no portfólio, o BB conta muito com o processo de regularização do crédito do agronegócio, principalmente em função da ciclicidade da atividade.

“O produtor, agora, para tomar os recursos para financiar sua próxima safra, ele tem que fazer a regularização da operação que, eventualmente, esteja em atraso aqui conosco”, disse Prince, afirmando que o banco tem “uma perspectiva bastante positiva” para o segundo semestre.

Índice de Capital

Os executivos do BB também afirmaram que estão confortáveis com os níveis de capital do banco, que fechou com segundo trimestre com um índice de capital principal de 11,6%, ante 11,90% em março e 12,21% um ano antes.

De acordo com Prince, a volatilidade observada no mercado deu a oportunidade de gerar negócios com a nossa tesouraria. “Então a gente correu um pouco mais de risco de mercado nesse trimestre, isso obviamente acaba consumindo um pouquinho mais de RWA (ativos ponderados pelo risco).

“Mas é uma situação que a gente tem absolutamente sob controle e que daqui para frente estima observar uma estabilidade”, pontuou.

No segundo trimestre, a margem financeira com mercado saltou 100,7% ano a ano e 4,4% na comparação trimestral, para quase 5,7 bilhões de reais.

Crédito

Após um crescimento de 13,2% na carteira de crédito ampliada no segundo trimestre ano a ano, com o crédito em pessoa física avançando 6,2% puxado pelo consignado, Tobias afirmou que o BB agora precisa crescer em outros segmentos, sendo o de cartão de crédito um deles.

“Para 2025, já estamos pavimentando para retomar o crescimento nessas linhas, que poderão trazer mais margem para o Banco do Brasil”, acrescentou.

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