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Há um mal-entendido inacreditável sobre a IA, diz chefe de ações do Goldman

"Não tem uma única coisa que esteja sendo usada de forma economicamente viável neste momento", pontua Jim Covello

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Inteligência Artificial, IA

As gigantes da tecnologia e outras empresas estão prestes a gastar um valor estimado em US$ 1 trilhão em inteligência artificial (IA) nos próximos anos. No entanto, a IA pode se mostrar muito menos promissora do que muitos líderes empresariais e investidores esperam, revela uma conversa do podcast Goldman Exchanges, do Goldman Sachs, publicado nesta sexta-feira (19).

Daron Acemoglu, professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology), estima que apenas um quarto das tarefas expostas à IA serão economicamente viáveis para automatizar na próxima década. Isso significa que a IA impactará menos de 5% de todas as tarefas e aumentará a produtividade dos EUA em apenas 0,5% e o crescimento do PIB em 0,9% cumulativamente na próxima década.

Mudanças verdadeiramente transformadoras não acontecerão rapidamente, e poucas – se houver – provavelmente ocorrerão nos próximos 10 anos, diz Acemoglu na Goldman Sachs Exchanges, que explora o último relatório Top of Mind, Gen AI: muito gasto, pouco benefício?

“A arquitetura atual dos grandes modelos de linguagem provou ser mais impressionante do que muitas pessoas teriam previsto, mas acho que ainda é preciso um grande salto de fé para dizer que apenas com essa arquitetura de previsão da próxima palavra, vamos conseguir algo que seja tão inteligente quanto, você sabe, Hal em 2001: Uma Odisseia no Espaço”, ele diz.

“Então, qualquer coisa que seja inventada – ou grandes avanços – não terá um grande efeito nos próximos anos.”

IA: nada viável

Jim Covello, chefe de pesquisa global de ações da Goldman Sachs, vai um passo além, argumentando que para obter um retorno adequado sobre o custo estimado de aproximadamente US$ 1 trilhão para desenvolver e executar a tecnologia de IA, ela deve ser capaz de resolver problemas complexos – o que, ele diz, não está preparada para fazer.

“Estamos há alguns anos nisso, e não tem uma única coisa que esteja sendo usada de forma economicamente viável neste momento”, ele diz. “Acho que há um incrível mal-entendido sobre o que a tecnologia pode fazer hoje. Os problemas que ela pode resolver não são grandes problemas. Não há raciocínio cognitivo nisso.”

Essas declarações levantam questões importantes sobre o futuro da IA e seu impacto na economia global. Embora a IA tenha o potencial de transformar muitos aspectos de nossas vidas, é importante ter uma compreensão realista de suas limitações e do tempo que levará para ver mudanças significativas.

A discussão também destaca a necessidade de um investimento cuidadoso e considerado em IA, com um foco em resolver problemas complexos e significativos, em vez de simplesmente buscar a automação por si só. Afinal, como aponta Covello, a tecnologia de IA atual ainda tem um longo caminho a percorrer antes de poder resolver os “grandes problemas”.

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