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Haddad diz que Brasil dificilmente não irá explorar a Margem Equatorial

O Ibama negou licença à Petrobras para fazer estudos exploratórios para verificar a existência de petróleo na região

por Reuters
3 min leitura
Haddad defendeu o presidente da Petrobras e a empresa, lembrando que a estatal anunciou recentemente investimentos de 100 bilhões de reais em energia eólica

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que dificilmente o Brasil poderá prescindir de explorar petróleo na chamada Margem Equatorial, região marítima próxima à foz do rio Amazonas, mas deve prevalecer uma “posição cautelosa” no governo, com os cuidados exigidos pela área ambiental.

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“Na minha opinião, nós temos que parar de consumir petróleo não por falta de petróleo, esse é o ponto. Nós temos que ter petróleo até o momento que não precise mais dele. Então temos que correr com a outra agenda, mas sem perder de vista que podemos precisar do petróleo da Margem Equatorial, com as cautelas que o meio ambiente deve impor à Petrobras, e a Petrobras está ultra disposta a considerar”, disse o ministro em entrevista ao programa Canal Livre, da rede Bandeirantes.

O Ibama negou licença à Petrobras (PETR3; PETR4) para fazer estudos exploratórios para verificar a existência de petróleo na região. Conforme o órgão, o estudo apresentado pela estatal — preparado ainda durante o governo anterior — era incompleto e não lidava com várias questões de proteção da região que o Ibama considera imprescindíveis.

A Petrobras recorreu, mas ainda não houve uma resposta do Ibama.

Racha no governo

A decisão criou uma cisão no governo entre a área ambiental e a área de energia, com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendendo que a exploração da área é imprescindível para o futuro energético do país. Já a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirma que a decisão do Ibama foi técnica.

Recentemente, em entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a Margem Equatorial poderá, sim, ser explorada.

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“O Brasil não vai deixar de pesquisar a Margem Equatorial. Se encontrar a riqueza que pressupõe que exista lá, é decisão de Estado se vai explorar ou não”, disse Lula, durante viagem à Índia.

Haddad defendeu o presidente da Petrobras e a empresa, lembrando que a estatal anunciou recentemente investimentos de 100 bilhões de reais em energia eólica.

Disse ainda que o Meio Ambiente tem o direito e o dever de impor à Petrobras cuidados na exploração, mas que a empresa tem condições e está disposta a cumprir.

“Eu acredito, por tudo que tenho ouvido dentro do governo, que vai preponderar uma visão cautelosa. É um santuário de biodiversidade ali, tem que cuidar, é de uma riqueza espetacular. Mas quilômetros ali do lado a Guiana está explorando uma plataforma”, disse Haddad na entrevista que, gravada na quinta-feira, foi ao ar na noite deste domingo.

“Então vamos tomar cuidado, vamos com toda cautela. Mas vamos deixar o petróleo de lado porque a gente já fez a outra parte, que é acelerar a produção de energia limpa.”

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