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Haddad diz que juros no Brasil caem de forma tímida e BC tem “gordura para queimar”

Em seu discurso, Haddad afirmou que o crescimento econômico deve superar 3% este ano e que a inflação está "praticamente dentro da banda", acrescentando que não há razão para imaginar que 2024 será pior do que 2023

por Reuters
3 min leitura
Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que a taxa de juros do país começou a cair “de forma tímida, mas consistente”, enfatizando que os juros reais brasileiros seguem altos, o que deixa o Banco Central com “gordura para queimar” na política monetária.

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“A taxa de juros começa a cair ainda de forma tímida, mas consistente”, disse em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como “Conselhão”.

“Nós temos gordura para queimar na política monetária, nossa taxa de juro real ainda está muito distante do segundo colocado”, acrescentou.

A diretoria do Banco Central está reunida para definir o patamar da Selic e deve anunciar na quarta-feira novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa, que iria a 11,75% ao ano. O resultado do encontro será acompanhado de perto por agentes do mercado, que buscam sinalização sobre os passos futuros da política monetária.

Em seu discurso, Haddad afirmou que o crescimento econômico deve superar 3% este ano e que a inflação está “praticamente dentro da banda”, acrescentando que não há razão para imaginar que 2024 será pior do que 2023.

Ele afirmou que o país deve entrar em breve em um ciclo virtuoso, com crescimento sustentável do ponto de vista fiscal e ambiental, prevendo uma melhora no cenário internacional.

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“Vamos associar nosso ciclo de corte (de juros) com um ciclo que vai começar a acontecer no mundo desenvolvido a partir de meados do ano que vem. Isso significa que um ciclo virtuoso pode ser iniciado”, disse.

Autonomia

O ministro ressaltou o fato de o Banco Central ter ganhado uma “autonomia inédita”, o que impossibilitou o governo Luiz Inácio Lula da Silva de indicar um presidente para a autarquia no início do mandado.

“Tem dois anos de transição até o que o presidente nomeie o presidente do Banco Central, o conjunto de diretores mais coerente com a política econômica conduzida pelo governo eleito”, afirmou.

Na apresentação, ele enfatizou a decisão do governo de estabelecer uma meta contínua para a inflação, “libertando o Banco Central do calendário gregoriano”, o que “tira uma pressão que só existia no Brasil de cumprir meta a cada ano”.

Para ele, é importante criar programas consistentes que olhem para a meta de inflação, mas também para outras variáveis macroeconômicas.

Haddad disse ainda que o acúmulo de reservas cambiais é fator importante para a sustentação da economia brasileira.

Ele disse que o país trabalha para atrair investimentos sustentáveis e reafirmou que o governo criará um instrumento para proteger investidores de longo prazo da flutuação cambial.

“Temos total condição de oferecer ao investidor estrangeiro as melhores condições de produção verde e associar isso a instrumentos financeiros novos e modernos para garantir estabilidade do nosso Orçamento, estabilidade do nosso câmbio”, afirmou.

Haddad também disse que o governo vai pagar nas próximas semanas 94 bilhões de reais em estoque de precatórios acumulados após a criação de um teto para essas despesas pelo governo anterior. O governo recebeu aval do Supremos Tribunal Federal para quitar esse passivo sem afetar regras fiscais.

Ele também frisou que esta semana será “decisiva” para a votação de projetos de interesse do governo no Congresso.

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