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Heineken prepara xeque-mate sobre a Ambev (ABEV3) no Brasil

Com a inauguração de uma nova fábrica prevista para 2025, a holandesa planeja intensificar ainda mais sua presença no mercado brasileiro

por Gustavo Kahil
Heineken Ambev

A Heineken ampliou sua participação de mercado no Brasil em 2024, com estratégias agressivas de marketing e foco em volumes, mesmo sem buscar aumentos expressivos de receita. Analistas do BTG Pactual e Bradesco BBI destacam o crescimento consistente da cervejaria holandesa, especialmente no segmento premium, enquanto a Ambev (ABEV3) enfrenta desafios no ritmo de expansão.

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Os resultados do quarto trimestre de 2024 mostram que a holandesa manteve um crescimento robusto nos volumes, impulsionada por marcas como Heineken, com o 11º ano de crescimento acima de 10%, e Amstel, que dobrou em três anos. A Heineken zero álcool continua a liderar no segmento.

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Segundo os analistas, a empresa está preparando uma estratégia de longo prazo para consolidar sua posição competitiva frente à Ambev. Com a inauguração de uma nova fábrica prevista para 2025, a companhia planeja intensificar ainda mais sua presença no mercado brasileiro.

“Aumentamos nossa participação de valor ao longo do ano, com ganhos de participação de volume no segundo semestre. Apesar da inflação e da desvalorização do Real Brasileiro, expandimos significativamente o lucro operacional nos beneficiando do mix positivo do portfólio e apoiados por economias obtidas com o near shoring de nossa cadeia de suprimentos em estreita colaboração com fornecedores estratégicos”, informou a Heineken em seu comunicado divulgado nesta quarta-feira (12).

Enquanto isso, a Ambev registrou queda nos volumes no último trimestre, conforme apontado pelo BTG Pactual, que projeta uma retração de 1,3% na comparação anual. A análise destaca que, embora a Ambev tenha mantido estabilidade em alguns aspectos, seu desempenho foi inferior ao da Heineken, que se destacou como a principal “outperformer” do setor no período.

Para especialistas, a estratégia da Heineken reflete uma visão estratégica de longo prazo, priorizando ganhos de participação de mercado sobre margens de curto prazo. O Bradesco BBI reforça que a empresa está direcionando esforços para fortalecer seu portfólio premium e ampliar sua penetração em canais e embalagens retornáveis, enquanto a Ambev enfrenta pressões de custos e desaceleração do crescimento do setor.

Heineken Brasil
(Imagem: Divulgação/ Heineken Brasil)

Saiba mais sobre o embate entre a Heineken e a Ambev

Heineken prioriza volume sobre preço. “A estratégia da Heineken não busca aumentos expressivos de preços, mas sim crescimento em volumes”, afirma o BTG Pactual. Com investimentos significativos em marketing, a empresa ampliou sua base de consumidores no Brasil, especialmente no segmento premium. A marca Heineken cresceu mais de 10% em volumes, enquanto a Amstel entrou para o ranking das cinco principais marcas do país, segundo o Bradesco BBI.

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Ambev perde fôlego em volumes. O Bradesco BBI ressalta que a Ambev apresentou queda de 1,3% nos volumes no quarto trimestre. Apesar de manter estabilidade em algumas categorias, a empresa não conseguiu acompanhar o ritmo da Heineken. “O mercado ex-Petrópolis encolheu 1,6%, e a Ambev ficou no meio-termo entre desempenhos positivos e negativos”, avalia o BTG.

Foco no segmento premium. O Bradesco BBI destaca que a Heineken tem concentrado seus esforços no segmento premium e mainstream. A marca Heineken cresceu 8,8% em volumes no ano, enquanto a Amstel avançou em dígitos únicos. Essa estratégia permitiu à empresa holandesa ganhar participação de valor e volume no segundo semestre de 2024, mesmo com desafios no segmento econômico.

Nova fábrica reforça estratégia de expansão. A Heineken planeja inaugurar uma cervejaria em Passos (MG) em 2025, reforçando sua estratégia de crescimento no Brasil. Para o BTG Pactual, isso demonstra o compromisso da empresa em ampliar sua capacidade produtiva e competir diretamente com a Ambev. A planta ajudará a reduzir custos e aumentar a dependência da cadeia de suprimentos local.

Pressões de custo e desaceleração do setor. O Bradesco BBI alerta para as pressões de custos e a desaceleração do crescimento do setor. “Mesmo com múltiplos atrativos, como o P/L de 10,5 vezes para 2025 da Ambev, é difícil vislumbrar uma história de crescimento robusto no curto prazo”, avalia. A Heineken, por outro lado, busca compensar esses desafios com mix de produtos e canais.

Recomendações neutras. Tanto o BTG Pactual quanto o Bradesco BBI mantêm recomendações neutras para as ações da Ambev. “Com margens já na média do grupo Heineken no Brasil, a empresa pode continuar focando em volumes e mix, em vez de preços”, conclui o BBI. Especialistas veem o setor em um momento de transição, com a Heineken em posição vantajosa para liderar.

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