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Hidrovias do Brasil sofre com crise hídrica e receitas tombam

A receita operacional líquida alcançou R$ 488 milhões, uma queda de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Hidrovias do Brasil

A Hidrovias do Brasil (HBSA3) enfrentou desafios operacionais significativos no terceiro trimestre de 2024 devido à crise hídrica que impactou principalmente o Corredor Sul, essencial para o transporte de minério de ferro, interrompendo a navegação desde meados de agosto, mostra um comunicado enviado ao mercado nesta sexta-feira (8). Com isso, a empresa anotou um prejuízo líquido de R$ 49 milhões, contra um lucro de R$ 71 milhões no ano anterior.

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Em meio a essas dificuldades, a empresa conseguiu manter um desempenho estável no Corredor Norte, enquanto outras operações, como Navegação Costeira e o terminal em Santos, mostraram resultados positivos, sustentando o Ebitda ajustado da companhia.

A receita operacional líquida da Hidrovias do Brasil alcançou R$ 488 milhões, uma queda de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, atribuída à redução de volume no Corredor Sul, parcialmente compensada pelo crescimento em outras áreas logísticas. No acumulado do ano, a receita foi de R$ 1,484 bilhão, uma diminuição de 6% na comparação anual​.

O Ebitda ajustado, somando as operações da companhia e joint ventures, totalizou R$ 175 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 33% comparado ao terceiro trimestre de 2023.

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Esse recuo foi causado, principalmente, pelas restrições de navegação que afetaram a movimentação de minério de ferro, além de problemas de calado no Corredor Norte, que limitaram o transporte. Por outro lado, a Hidrovias registrou crescimento no Ebitda de operações como a Navegação Costeira e o terminal em Santos, setores menos afetados pela crise​.

No Corredor Norte, a empresa enfrentou menor capacidade de navegação e queda no volume transportado, registrando um total de 1,962 milhão de toneladas, uma redução de 16% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior. Apesar disso, a receita líquida no Corredor Norte aumentou 7% em relação a 2023, impulsionada por tarifas médias mais altas para o transporte de grãos. A margem Ebitda ajustada foi de 60% no trimestre, uma leve redução em relação ao ano anterior​.

Corredor Sul

O Corredor Sul, por sua vez, registrou uma queda acentuada de 43% no volume transportado, totalizando 962 mil toneladas, devido às restrições hídricas na Hidrovia Paraná-Paraguai. A receita operacional líquida do Corredor Sul caiu 38%, reflexo do menor volume de minério de ferro movimentado, que caiu 74% no período. A margem Ebitda ajustada também sofreu uma queda significativa, registrando apenas 8%, contra 51% no mesmo período do ano anterior.

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Entre os destaques positivos, o terminal de Santos e a Navegação Costeira registraram aumentos em seus volumes e receitas. Em Santos, a movimentação de cargas cresceu 39%, alcançando 498 mil toneladas, impulsionada pelo início das operações de elevação de sal. A receita operacional líquida do terminal aumentou 24% em comparação com o mesmo trimestre de 2023. Na Navegação Costeira, o volume de bauxita transportado totalizou 912 mil toneladas, uma queda de 5%, enquanto a receita líquida subiu 21% em relação ao ano anterior, na maioria devido à variação cambial favorável.

Além dos desafios operacionais, a empresa teve um aumento nas despesas financeiras, que totalizaram R$ 71 milhões no terceiro trimestre, impactadas pela variação cambial em dívidas dolarizadas. A alavancagem da companhia também aumentou, atingindo 6,12x em relação ao Ebitda dos últimos 12 meses, refletindo os efeitos combinados do menor Ebitda e das flutuações cambiais sobre a dívida​.

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