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Homem de Haddad no BC pode furar o “silêncio do Copom”? Não sejamos inocentes, diz economista

“Embora parte dos agentes, mesmo que movidos pela inocência, aposte no pleno cumprimento da regra, ainda haverá receios", diz Étore Sanchez

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Galípolo Haddad

O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, começa na próxima quarta-feira (26) o chamado “silêncio” de sua diretoria no qual precisam evitar entrevistas, discursos ou encontros em que os assuntos econômicos do Brasil ou do mundo estejam em questão.

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A reunião que definirá a taxa Selic acontecerá no próximo dia 2 de agosto, quando ampla maioria do mercado antecipa uma queda de 0,25 ponto percentual, levando-a para 13,5% ao ano. O juro está em 13,75% desde 4 de agosto de 2022.

Fonte: Banco Central do Brasil

O silêncio se estende até a publicação da ata do encontro, que está marcada para 8 de agosto. Este momento de quietude dos diretores, contudo, está sendo questionado por parte do mercado, já que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou um homem de sua confiança para fazer parte do Copom, Gabriel Galípolo.

Banco Central
O “silêncio do Banco Central” foi oficializado em novembro de 2016 – link (Imagem: Raphael Ribeiro/ BCB)

“Ponte importante”

Segundo o ministro, a nomeação do ex-secretário executivo da Fazenda para o BC tem como objetivo aproximar as equipes dos dois órgãos e evitar ruídos de informações.  “O objetivo de Galípolo estar no Banco Central é aproximar as equipes, ter uma interação maior, trocar informações. Nem sempre as informações batem”, declarou.

Haddad reiterou que a desaceleração da atividade econômica está forte e que Galípolo “será uma ponte muito importante” num momento que exige cautela. A troca de informações já teria começado. Os dois se encontraram para um almoço na quarta-feira (19), fora da agenda oficial, apenas uma semana depois da nomeação do novo diretor de política monetária.

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Galípolo Haddad 2
O ex secretário-executivo, Gabriel Galípolo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a procuradora nacional da Fazenda, Anelize Almeida, em janeiro de 2023 (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Sabe nada, inocente

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, faz um alerta para as possíveis grandes movimentações de mercado durante os próximos dias e sugere uma maior cautela.

“Embora parte dos agentes, mesmo que movidos pela inocência, aposte no pleno cumprimento da regra de silêncio, ainda haverá ciência sobre os receios que permeiam o mercado”, provoca o economista em um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (21).

Ele ressalta que todas as atenções estarão voltadas os grandes movimentos, “visto que muitos players poderão valer-se do efeito manada nos preços dos ativos para melhorar seus pontos de entrada e saída das operações, tornando inequívoca a perspectiva de elevação da volatilidade. É importante salientar que em dias de mercado ‘arisco’, os volumes necessários para conseguir alterar o comportamento dos preços dos ativos são sensivelmente menores”, conclui.

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