A Hungria disse nesta sexta-feira que assinou um acordo para comprar quatro caças suecos Saab JAS Gripen, enquanto Budapeste finalmente se prepara para aprovar a proposta de adesão da Suécia na Otan após quase dois anos de adiamentos.
A Hungria foi o último membro da aliança militar a resistir ao histórico pedido de adesão da Suécia, feito em 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que cedeu na semana passada dizendo que o Parlamento votará a ratificação na segunda-feira, reuniu-se com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e disse que havia conseguido “reconstruir a confiança”.
A Hungria comprará os jatos e expandirá um contrato de logística relacionado, disse Orbán. Atualmente, a Hungria aluga aeronaves Gripen por um contrato assinado em 2001.
“Não apenas manteremos nossa capacidade de defesa aérea, mas a aumentaremos… o que significa que nosso compromisso com a Otan será fortalecido, assim como nossa participação nas operações conjuntas da Otan”, disse Orbán em uma coletiva de imprensa conjunta com Kristersson.
Kristersson disse que recebeu bem o acordo. “Como você sabe e eu sei, não concordamos com tudo, mas concordamos que devemos cooperar sempre que possível”, disse ele, ao lado de Orbán.
O premiê húngaro, cujo governo nacionalista mantém laços econômicos estreitos com a Rússia, adiou repetidamente a ratificação, citando queixas sobre a Suécia ter criticado a Hungria em relação ao seu histórico de Estado de Direito.
O pedido de adesão da Suécia à Otan — uma grande mudança em relação a décadas de não alinhamento militar — também foi inicialmente impedido pela Turquia, que acusou o governo sueco de apoiar o que chamou de grupos terroristas.
Quando o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, sinalizou em julho que daria sinal verde para a Suécia, os Estados Unidos disseram que avançariam com a transferência de caças F-16 para a Turquia em consulta com o Congresso.