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Ibovespa e dólar refletem incertezas com cenário fiscal

Com a agenda política e econômica mais escassa, o investidor segue mostrando cautela com o quadro fiscal doméstico

por Redação Dinheirama
3 min leitura
BTG Mercados de ações

O Índice Bovespa (IBOV) opera em ligeira baixa nesta sexta-feira, 13, equilibrado entre altas e quedas das blue chips. Depois de uma semana de intensa volatilidade, o índice registra oscilações próximas da estabilidade na semana e também no mês.

Com a agenda política e econômica mais escassa, o investidor segue mostrando cautela com o quadro fiscal doméstico, com as atenções voltadas ao Congresso, que tem mais uma semana até o recesso, prazo considerado apertado no mercado para aprovar as medidas de ajuste fiscal do governo. Com a queda do minério de ferro, os papéis da Vale (VALE3) recuam, contaminando as ações do setor de siderurgia. E Petrobras (PETR3; PETR4) sobe, em linha com o petróleo no exterior.

“Foram muitas referências para o mercado observar nesta semana de decisão do Copom e internação do presidente Lula. O que preocupa agora são as resistências do Congresso a um pacote que desde o início já foi visto como frágil”, afirma Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

Para a próxima semana, o economista destaca como pontos de atenção, além dos movimentos do Congresso, a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre os juros nos Estados Unidos, para a qual se espera corte das taxas. Ainda no Brasil, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) será outra agenda importante, na qual o mercado buscará elementos para antever a evolução da política fiscal e monetária.

Às 12h15, o Ibovespa tinha baixa de 0,38%, aos 125.558 pontos.

Dólar
(Imagem: Freepik/ pvproductions)

Dólar

O dólar opera perto da estabilidade, em linha com a curva dos Treasuries e o fortalecimento da divisa americana outros pares emergentes, como peso chileno, lira turca e rand sul-africano.

Investidores acompanham o quadro de saúde do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que pode deixar a UTI hoje, após a retirada do dreno colocado para tratar o sangramento intracraniano que teve nesta semana. Persiste o temor com as mudanças ao pacote fiscal no Congresso, que tendem a desidratar as medidas. Olham também o avanço de 0,14% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de outubro, na margem, acima da mediana de estabilidade esperada no mercado.

Após a abertura dos negócios, o dólar chegou a cair até R$ 5,9740 (-0,55%) em meio à queda da divisa frente seis pares principais (DXY), que ainda persiste.

Os analistas financeiros afirmam que as contas públicas fragilizadas não permitem que os prêmios de risco cedam, o que levou também o Copom a elevar a Selic em 1 pp, a 12,25%, e contratar mais duas altas de 1 pp no início do próximo ano.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que buscará concluir a votação do pacote fiscal antes do recesso, destacando a viabilidade também de aprovar a LDO e a LOA no dia 19 ou 20 de dezembro. Mas, a intenção pode encontrar obstáculo na oposição. O apoio parlamentar à agenda econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, caiu 16 pontos desde julho, segundo a Think Policy. O governo fechou acordo com os militares para o envio do projeto de lei com medidas de ajuste fiscal que atingem as Forças Armadas.

O avanço de 0,14% do IBC-Br de outubro, na margem, deixou carrego positivo de 0,8% para a atividade no quarto trimestre de 2024. A herança para o ano é de crescimento de 3,5%, apurou o Projeções Broadcast.

Na França, o juro do OAT de 10 anos acelerou alta e renova máxima intraday acima da marca de 3%, após o presidente da França, Emmanuel Macron, nomear François Bayrou ao cargo de primeiro-ministro, segundo veículos da mídia local. Outros mercados tiveram reação mais tímida, com o euro e a Bolsa de Paris oscilando na mesma faixa e mantendo ganhos.

O dólar avança ante moedas emergentes, a libra e o iene com incertezas sobre os prometidos estímulos econômicos na China, apostas em manutenção de juros pelo Banco do Japão e dúvidas sobre corte de juros pelo Banco da Inglaterra, ambos na próxima quinta-feira.

(Com Estadão Conteúdo)

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