Com o Ibovespa (IBOV) em queda em meio à piora de percepção fiscal, os investidores estão em busca de ações que podem estar baratas. Uma estratégia frequentemente abordada nestas ocasiões é a do “stock picking”, que envolve a escolha de ações individuais para investir, buscando retornos acima da média do mercado.
No entanto, é precisa lembrar que, embora alguns investidores consigam sucesso, há desafios significativos e riscos envolvidos.
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Para Barry Gilbert, vice-presidente e estrategista em alocação de ativos da Carson Group, ser um stock picker eficaz exige uma combinação de habilidades complexas.
“É necessário um profundo conhecimento do modelo de negócios e perspectivas de uma empresa, disciplina rigorosa, compreensão da psicologia do mercado e do risco na construção de portfólios”, explicou. Ele acrescenta que, para superar o mercado, o investidor precisa ter uma vantagem informacional que ainda não esteja precificada.
Apesar disso, ele ressalta que a prática é essencialmente um jogo de soma zero. “Para cada vencedor que escolhe uma ação acima da média, há um perdedor que escolhe uma ação abaixo da média. E você não está competindo apenas com o público em geral, mas também com grandes investidores institucionais”, disse Gilbert.
Volatilidade no Stock Picking
Gilbert, usando o índice S&P 500 (SPXUSD) como exemplo, enfatiza que investir em ações individuais é arriscado devido à volatilidade inerente, mesmo em papéis de empresas consolidadas.
“Das 498 ações do S&P 500 com retornos disponíveis até outubro, apenas 40% tiveram retorno superior ao índice, e somente 5% foram mais eficientes em risco do que o S&P 500”, afirmou, reforçando que a diversificação é uma estratégia mais eficiente para reduzir riscos.
Além disso, ele destaca a tendência dos investidores de se lembrarem apenas de suas conquistas. “Nossas memórias têm a tendência de nos colocar sob uma luz positiva, mas, ao investir, isso pode ser prejudicial”, observou.
Para aqueles que desejam investir em ações individuais, Gilbert recomenda disciplina e uma autoavaliação honesta. “Se você acha interessante ou divertido escolher ações, e está genuinamente confortável em perder seu investimento, pode fazer sentido. Mas mesmo isso exige disciplina, porque o que começa como diversão pode sair do controle”, alertou.
Gilbert conclui que ser um stock picker não é essencial para ter sucesso como investidor. Ele aponta que há opções para obter exposição ao mercado, como portfólios bem diversificados ou fundos que seguem índices. “Felizmente, não precisamos ser stock pickers para sermos investidores”, afirmou.