As negociações do Ibovespa futuro (WIN1) indicam uma abertura em queda de aproximadamente 0,7%, aos 128.900 pontos, um dia após uma elevação de um ponto percentual na taxa Selic, para 12,25% ao ano. O dólar (USDBRL) cai 0,8%, a R$ 5,90.
Ao comentar a decisão, o economista-chefe do Banco Itaú, Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central, chamou a atenção o comunicado do Copom não ter destacado que a decisão foi unânime.
Por isso, ele levanta a possibilidade de dissenso entre os integrantes do comitê, apesar de todos terem votado pelo aumento de 1 ponto porcentual.
“Curiosamente, embora todos os membros do conselho tenham votado pelo aumento de 100 p.b. (1 ponto porcentual), o texto não mencionou que a decisão foi unânime”, afirma Mesquita, em relatório. “Isso, em nossa opinião, levanta a possibilidade de que não houve consenso sobre a sinalização.”
Segundo Mesquita, é possível, “embora menos provável”, que alguns integrantes do Copom tenham optado “por um ritmo diferente de aumento”, talvez de 0,75 ponto porcentual, “mas acabaram apoiando a maioria para minimizar ruídos”.
Para o economista, essa dúvida pode ser dirimida na ata da reunião do Copom, que sairá na terça-feira, 17, e no Relatório Trimestral de Inflação, que será divulgado na quinta-feira, 19.
“Por enquanto, esperamos que a taxa básica seja elevada em 100 pontos-base (1 ponto porcentual). na próxima reunião de política monetária, e muito provavelmente na seguinte também”, afirma Mesquita.
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quinta-feira, em meio ao otimismo de que a China adotará novos estímulos para revigorar a segunda maior economia do planeta. As ações de tecnologia emergiram como destaque da sessão, após os ganhos em Wall Street levarem o índice Nasdaq ao nível recorde acima de 20 mil pontos ontem.
O mercado aguarda com ânimo renovado a conclusão da Conferência Central de Trabalho Econômico, que reúne as principais autoridades chinesas em discussões sobre o crescimento da atividade. No começo da semana, o Politburo indicou intenção de implementar política fiscal “mais proativa” e postura monetária “moderadamente relaxada”.
Europa
As bolsas da Europa têm ímpeto contido nesta manhã, em compasso de espera pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e após o BC da Suíça surpreender com um corte de 50 pontos-base nos juros.
Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,10%, a 519,64 pontos.
O BCE deve reduzir a taxa básica em 25 pontos-base, mas analistas não descartam completamente a possibilidade de uma redução de meio ponto porcentual. Para o ING, a autoridade monetária deve revisar para baixo as projeções para inflação e atividade, o que pode pavimentar o caminho para um relaxamento mais agressivo em 2025.
(Com Estadão Conteúdo)